A manhã seguinte nascera com um céu cinzento, ameaçando chuva, mas nem mesmo a melancolia do clima conseguia apagar o ímpeto teimoso de Beatrice. Após a confusão da manhã anterior na estufa — feita de provocações, quase beijos e um silêncio incômodo — ela sentia a necessidade de espairecer. Não suportaria permanecer sob o mesmo teto que Oliver por mais uma manhã sem que cada olhar, cada palavra trocada, se transformasse em um duelo perigoso de sentimentos.
— Preciso respirar, tia Marigold. — anunciou, com a firmeza de quem já havia tomado uma decisão irrevogável.Lady Marigold, ocupada em reorganizar suas flores artificiais sobre a lareira, lançou-lhe um olhar suspeito.— Respirar, minha querida, é algo que pode ser feito perfeitamente bem dentro desta casa. Não me venha com aventuras imprudentes.Mas Beatrice já estava envergando seu capote e ajeitando a fita do chapéu.— Não é aventura, apenas um passeio pelos arredores. Não se preocupe. Voltarei