Um Mafioso em minha vida
Um Mafioso em minha vida
Por: Veronica Lima
Capítulo 01

Mirella

É um desafio diário morar em outro país, longe de toda a minha família. Um país totalmente diferente, com outra cultura, outro ritmo ,até o sono aqui é diferente! E, principalmente... a comida. Sempre fui muito regrada, mas morando nos Estados Unidos não dá pra manter esse ritmo. A maioria dos lugares só serve lanche. Café da manhã com hambúrguer e batata frita... essas coisas.

Comida brasileira mesmo, a gente só encontra em poucos lugares e, quando encontra, não tem aquele sabor gostoso de comida de mãe. Nossa, estou sentindo tanta falta da comida da minha mãe! O que tem me salvado são umas marmitinhas que encontro prontas no supermercado saladas, carne, peixe, frutas... tudo embalado, só pegar e comer.

Vida de estudante não está nada fácil. Quando não estou estudando, estou dormindo. Quando não estou dormindo, estou estudando [risos]. A correria tá grande, a rotina mais louca da minha vida. Nem quando eu fazia curso e trabalhava era desse jeito. Aqui, eu tenho que me desdobrar para prestar atenção nas aulas e não dormir, porque, vou te contar, ainda não me acostumei com o fuso horário.

Em meio ao caos da minha vida de estudante, conheci Lilian Durlan uma querida! Por incrível que pareça, ela é prima do mala do Williams Durlan. Ele é um veterano insuportável que, por algum motivo, encasquetou comigo. Cara chato! Nem parece estar na faculdade, parece aluno do fundamental.

Tá difícil pra mim... tenho sofrido com esse idiota que decidiu pegar no meu pé só porque sou novata e, provavelmente, também por eu ser mulher em meio a tantos homens. Uns setenta por cento da turma são homens. E pior: a maioria são imigrantes, justamente os que ele mais persegue.

A exceção é um cara que senta lá no fundo. Está sempre de preto, não fala com ninguém. De vez em quando, flagro ele me olhando. Seus olhos são negros, intensos, intimidadores... me deram medo logo de cara.

Enfim, estou em um flat. Mudança de planos a ideia inicial era procurar um internato quando chegasse aqui, mas descartei totalmente essa hipótese. Primeiro, porque os idiotas vivem fazendo festinhas e não deixam ninguém em paz. Segundo, porque aqui eu vivo tranquila, tenho minha privacidade e não preciso dividir quarto com ninguém.

Lilian tem sido uma amiga de verdade. Ela sempre me ajuda a me livrar do primo idiota. Infelizmente, na maioria das vezes, ela não está por perto quando ele resolve me encher o saco. Muitos novatos ficam à mercê desse cafajeste. Ele resolveu me pegar pra Cristo. É insuportável e mimado. Lilian e ele não se dão bem. Ela me contou que os pais dele têm boa influência na faculdade e isso me preocupa.

Tenho medo de ele tentar me prejudicar. Ainda mais porque sou imigrante... e isso complica tudo.

O pessoal aqui não é caloroso, nem amoroso. As pessoas são frias umas com as outras. E tem o tal cara da minha turma... o dos olhos intensos. Muitas vezes, quando estou distraída, olho e ele está me encarando como um lobo feroz, pronto pra atacar. Ele é bem misterioso, sempre vestido de preto, coturno estilo gótico. Seu olhar intimida.

Ele parece esconder algo. Provavelmente é uma pessoa muito importante, porque só anda com seguranças. Ou talvez venha de uma família muito rica. Enfim... o tanto que ele tem de bonito, ele tem de assustador. Sinceramente? Acho que guarda um segredo dos mais cabulosos. Na minha cabeça, já criei mil teorias.

Mais um dia de aula finalizado, graças a Deus. Caminho devagar, de cabeça baixa, rumo à saída. Só quero chegar em casa, tomar um banho quentinho e me enfiar debaixo das cobertas. Hoje, aqui em Massachusetts, está um frio intenso. E minha companhia não veio.

Antes que eu cruze a saída, o idiota do Williams me puxa pelo braço.

— Me larga, idiota! falo em inglês.

— Tá com pressa, gata? Tava pensando... a gente podia ir até o meu quarto... você sabe, né...

— Claro que não, escroto!

Ele segura meu braço com força e tenta me puxar. Me b**e um desespero.

Então ouço uma voz estrondosa, que arrepia a minha alma.

Quando olho... vejo o homem de preto caminhando em nossa direção. Seu olhar é sombrio. Ele se aproxima como se fosse esquartejar o Williams em várias partes.

— Solta ela, maldito! — a voz grave e rouca faz arrepiar até o último fio de cabelo do meu corpo.

Em um piscar de olhos, Williams é arremessado para longe de mim com um impacto surpreendente. Meu corpo cambaleia, mas sinto uma das mãos dele me segurar firme pela cintura. Nossos olhos se cruzam. Estamos tão próximos que consigo sentir seu ar quente se misturar ao meu, e uma tensão toma conta de mim. Os olhos dele estão negros e indecifráveis.

— Você está bem? ele pergunta, ajeitando delicadamente a nossa postura.

— Sim! Obrigada...

Vejo Williams sendo arrastado para a lateral pelos seguranças do homem misterioso.

— Prazer, me chamo Mirella. estendo a mão em cumprimento, mas sou surpreendida por um beijo suave no dorso.

— Vincent. Aposto que estou completamente vermelha... sinto meu rosto em chamas.

— Fica mais linda corada. ele comenta, sorrindo .Desvio o olhar, sem saber onde enfiar a cara. Me despeço, ansiosa para chegar logo em casa. Seu olhar intimidador me desestabiliza.

— Muito obrigada por me ajudar. Eu preciso ir.

— Eu te levo. ele diz prontamente.

— Não se incomode. Eu moro aqui perto e rapidinho chego em casa.Seu sotaque italiano o denuncia, mas a conversa flui naturalmente em inglês.

— Incomodo nenhum. Será um prazer acompanhá-la até sua residência. sua voz firme não deixa espaço para negação.

Concordo com um aceno e explico onde moro. Como é bem perto da faculdade, vamos caminhando a passos lentos. Ele anda com as mãos nos bolsos, puxando conversa sobre a faculdade e tentando saber mais sobre mim. Parece um investigador. Dou poucas informações, tento mudar de assunto, mas ele sempre volta a perguntar mais.

— Agora me fale mais de você. Só eu falei praticamente tudo!

— Já chegamos. ele diz e reconheço a fachada do prédio de quatro andares onde estou hospedada.

— Sim! Nossa, nem percebi. ele ri.— Tenho a impressão de que está fugindo da conversa.

— Eu não sou de fugir de nada. As pessoas é que fogem de mim. diz com frieza. — Janta comigo hoje. Te pego às oito.

Antes que eu possa responder, ele se vira e sai. Um dos seguranças o acompanha, enquanto outro já está com a porta do carro aberta, parado bem em frente ao meu prédio. E eu nem tinha percebido.

Meu Deus... o que foi isso?

Na minha cabeça, mil pontos de interrogação. Será que devo aceitar? Ele nem me deu opção de sim ou não. Nem número, nada. Mas agora sabe onde moro... e foi tão decisivo ao me convidar para jantar. Estou tão insegura. O que devo fazer? Estou em uma luta entre a curiosidade e o medo. Preciso me decidir.

Passei a tarde debaixo das cobertas. Liguei para minha mãe e para Liz. Contei para Liz sobre Vincent e ela disse: "Se você não aceitar, nunca vai descobrir quem ele é."

Tentei pesquisar sobre ele na internet e nada. Absolutamente nada.

Decido tomar outro banho quente, faço minha rotina de cuidados e, trinta minutos depois, estou enrolada na toalha procurando uma roupa que combine com a ocasião e, claro, me mantenha aquecida.

Opto por um vestido preto tubinho, um palmo acima do joelho, com manga princesa longa. Conjunto de lingerie na mesma cor, meia-calça e uma bota de salto com cano longo. Finalizo com um sobretudo vermelho longo para quebrar o preto do look. Hidrato meu corpo, me visto em frente ao espelho e gosto do resultado. Faço uma maquiagem básica, porque sinceramente... é o que sei fazer. Com tempo de sobra, decido fazer ondas leves nas pontas do cabelo e finalizo com meu perfume Coco Chanel.

Olho para o relógio do micro-ondas: faltam vinte minutos para as oito. E, nesse exato momento, o telefone toca. Um número desconhecido. Atendo com certo receio.

— Alô?

— Estou à sua espera. reconheço a voz imediatamente.

— Como conseguiu meu número?

— Consigo tudo o que quiser. sua voz soa misteriosa. Corro até a janela e o vejo, encostado no carro, celular no ouvido, olhando para cima direto pra mim. Como sempre, está todo de preto, o que o deixa ainda mais charmoso.Meu coração quase sai pela boca. Ouço sua respiração do outro lado da linha.

— Não tenha medo de mim, baby. Só estava ansioso para jantar com você. Por isso cheguei mais cedo.

— Ok... só um minuto. Já estou descendo.

Baby? Ansioso? Suas palavras ainda estão se processando na minha mente.

Pego minha bolsinha e pertences, tranco a porta e desço devagar pelas escadas, tentando não tropeçar nas minhas próprias pernas de tanto nervosismo. Ao chegar no último degrau, lá está ele, parado, me olhando dos pés à cabeça.

— Maravilhosa...Sorrio, tímida.

— Obrigada. é a única palavra que consigo dizer.Mais uma vez, ele beija minha mão, segura-a com firmeza e me guia para fora do prédio. Há dois carros estacionados: uma Lamborghini preta e outro que não reconheço a marca.

Ele abre a porta para mim e entro com cuidado, sentindo seu olhar sobre mim o tempo todo. Em seguida, dá a volta e entra pelo lado do motorista. Coloca o cinto, assim como eu, e dá partida. O silêncio é quebrado pela sua pergunta:

— Tem preferência por algum restaurante?

— Eu não conheço muito aqui, então...

— Certo, baby. Vou te levar em um dos meus favorito espero que goste. Acelera suavemente. Pelo retrovisor, vejo o outro carro nos seguindo. Provavelmente seus seguranças.

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