Mirella
Vincent Mangano era uma tempestade disfarçada de homem. O olhar dele carregava séculos de orgulho e promessas que só os mortos poderiam cobrar. Eu sabia que me envolver com ele era como dançar sobre vidro. E mesmo assim, fiquei.
Hoje, ele não é mais o mesmo homem. Ainda é forte. Ainda é temido. Mas agora... agora ele sangra onde só eu posso ver.
Ele sorri para Domenico com os olhos marejados. Finge que não chora quando segura a velha foto do pai. Mas eu vejo. Eu vejo tudo.E escolho ficar.
Porque é isso que mulheres como eu fazem quando amam de verdade sustentam o que o mundo inteiro tenta derrubar.
Vi Vincent voltar do inferno. Vi os fantasmas da família Giulietta caírem um a um. Marco morreu, e com ele, um ciclo maldito. Mas também vi algo em Vincent morrer naquele momento a necessidade de vingar.Agora ele vive. E viver, para um homem como ele, é o maior ato de coragem.
Eu sou a única que ele permite entrar no silêncio. A única que ele escuta mesmo quando não digo nada. Às v