Giovanni
A sirene da ambulância teria sido um luxo. Eu tinha só meus nervos, um carro potente, e uma mulher parindo no banco de trás.
— AURORA, EU ESTOU A QUINZE MINUTOS DO HOSPITAL!
— QUINZE MINUTOS?! EU NÃO TENHO QUINZE MINUTOS, GIOVANNI! TEM UM SER HUMANO SAINDO DE MIM AGORA!!!
A mulher gritou com tanta força que eu quase virei o volante para o mato. Meu coração batia no ritmo de uma rave dentro do peito. Cada vez que ela berrava, eu apertava mais o acelerador, ignorando placas, semáforos e qualquer coisa que não fosse chegar no maldito hospital a tempo.
Ela se contorcia no banco de trás, segurando no apoio de cabeça como se fosse estrangulá-lo.
— EU NÃO VOU PARIR NO CARRO, GIOVANNI! SE ESSE BEBÊ NASCER AQUI DENTRO, EU JURO QUE EU TE FAÇO COMER A PLACENTA!!!
— Que nojo, mulher! Pelo amor de Deus, respira, faz aquele negócio da respiração — falei, já completamente suado, mesmo com o ar-condicionado ligado no máximo.
Ela bufava igual a um touro prestes a derrubar um toureiro, e eu s