AuroraA primeira coisa que percebi ao acordar foi o cheiro.Um cheiro bom. Um cheiro absurdamente bom. Uma mistura de couro caro, uísque envelhecido e… algo que só podia ser descrito como decadência sexy.A segunda coisa que senti foi o calor.Havia um braço pesado jogado sobre a minha cintura, o corpo quente e sólido de alguém colado às minhas costas. E não era qualquer braço. Era um braço masculino, firme, com uma mão grande que parecia ter vida própria, repousada perigosamente perto da minha barriga nua.Nua.Essa palavra piscou como um letreiro de néon na minha mente. Eu estava nua.O choque me atingiu como um balde de água fria. Meu coração disparou. Engoli em seco.Devagar, Aurora. Talvez esteja sonhando.Com muito, muito cuidado, virei a cabeça.E então o vi.O homem mais bonito que já tinha visto na vida.Cabelos com cachos largos bagunçados, uma barba por fazer que dava vontade de passar a mão só para sentir a textura, cílios longos que seriam considerados um crime em alguma

GiovanniEu não sou do tipo que gosta de perder tempo. O tempo é uma moeda valiosa, e eu sempre soube como usá-lo a meu favor. Mas, quando se trata de Aurora Martin, parece que o universo gosta de me pregar peças.Fazia uma semana desde aquele maldito casamento em Las Vegas, e, mesmo após uma noite que eu preferiria esquecer (mas não conseguia), o fato é que a situação estava longe de ser resolvida. Aurora, com seus olhos e cabelos revoltos, ainda estava na minha mente, o que não me deixava em paz. Ela devia ser um problema, mas, maldita seja, eu gostava da ideia de tê-la no meu radar. Quem ela pensava que era, achando que iria me ignorar? Se tem algo que eu não sou, é ignorado.Estava em meu escritório, revendo relatórios e relatórios sobre os negócios da família, quando o advogado da família, entrou com uma expressão que eu não consegui decifrar de imediato. Era como se ele estivesse lidando com algo complicado — e ele não era de fazer isso sem razão. Francesco sempre foi um homem p

AuroraA manhã parecia interminável. Eu ainda estava em choque, completamente paralisada pelas palavras de Megan. Eu não sabia se queria rir, chorar, ou simplesmente desaparecer. Como é que eu estava em um ponto tão absurdo da minha vida? Eu e Giovanni... de repente, eu poderia estar grávida dele! Como isso aconteceu? O que eu faria agora? Cada pergunta girava na minha cabeça como um furacão, sem resposta nenhuma.Megan, com toda sua paciência, me conduziu até o banheiro, onde o teste de gravidez estava esperando por mim. Como se eu não tivesse o suficiente de maluquice na minha vida, agora teria que me deparar com isso de forma literal, comprovada em um pedaço de plástico.— Vai logo, faz o teste. Depois a gente resolve tudo, ok? — Megan disse, tentando me acalmar, mas eu podia ver que ela mesma estava morrendo de curiosidade.Eu peguei o teste e olhei para ele com uma mistura de terror e incredulidade. Como se ele fosse me dar uma resposta mágica que poderia mudar a realidade. A ver

AuroraExistem alguns momentos na vida em que você sente que está prestes a tomar uma decisão estúpida. Tipo cortar uma franja em casa às três da manhã, adotar um gato só porque ele te olhou atravessado na rua, ou... aceitar uma proposta absolutamente insana de um homem que você conheceu em Las Vegas e com quem, de algum modo inexplicável, você está casada.Bem, adivinhem só? Eu estava prestes a fazer o hat-trick das decisões péssimas.— Eu estava pensando... — Giovanni começou, enquanto eu terminava de devorar uma tigela gigante de sorvete (gravidez dá fome, ok? Não me julguem). — Você poderia vir morar comigo na Itália.Quase engasguei com a colher.— Ahn?Ele sorriu, aquele sorriso charmoso e cheio de covinhas que deveria ser proibido por lei em pelo menos trinta países.— Itália. — Repetiu calmamente, como se estivesse sugerindo que a gente pedisse uma pizza. — Roma. Cidade eterna, massas deliciosas, gelato... E, claro, eu.Ele piscou para mim. Eu queria socá-lo. Ou beijá-lo. Ou o

AuroraSe alguém tivesse me dito um mês atrás que eu estaria na Itália, grávida de um cara que parecia ter saído de um catálogo de moda mafiosa, acomodada numa mansão que parecia cenário de filme...Eu teria rido até chorar. Ou só chorado mesmo, dependendo do dia.Mas ali estava eu.No quarto de hóspedes — porque, segundo Giovanni, precisávamos "tomar as coisas com calma".Provavelmente ele achava que eu poderia explodir hormonalmente se dividíssemos a cama.O quarto era maior do que meu antigo apartamento inteiro.Tinha uma cama enorme, cortinas pesadas que pareciam ter pertencido a algum palácio da realeza, e uma varanda com vista para o tipo de pôr do sol que deveria vir com trilha sonora de filme romântico.Suspirei, observando os travesseiros alinhados com precisão e o edredom que parecia mais um abraço de veludo. Eu não sabia nem por onde começar. Para piorar a situação, eu estava com um humor péssimo. Não por causa do meu recém-descoberto estado de grávida (ok, isso também esta