Epílogo - Aurora
Se alguém me dissesse há um ano que eu passaria o Dia de Ação de Graças na Califórnia, com um mafioso italiano gato, uma bebê nos braços, e um trio de outros mafiosos à espreita da torta de abóbora da minha mãe... Eu teria rido. E corrido. Provavelmente na direção oposta.
Mas lá estava eu, sentada no banco da frente do carro de Giovanni — ou melhor dizendo, da nossa blindada nave italiana, onde até a cadeirinha da Alice parecia digna de um filme de ação. A estrada costeira se estendia em curvas suaves até a casa dos meus pais. O mar azul brilhava como um comercial de pasta de dente e a bebê no banco de trás roncava baixinho como um filhote de gato. Uma imagem idílica, se não fosse pelos carros pretos que nos seguiam feito sombras suspeitas.
— Por que exatamente o Matteo, o Nicolo e a Ada estão vindo com a gente? — perguntei pela terceira vez, observando os SUVs pretos pelo retrovisor. — Já basta que isso aqui parece mais um comboio presidencial do que uma visita fami