Giovanni
A notícia me alcançou como uma bala no meio do peito.
“Explosão em uma cafeteria no centro de Nápoles. Há feridos. Suspeita de atentado.”
Mas não foram as palavras que me fizeram perder o chão. Foi o nome.
Aurora.
Meu telefone escorregou da minha mão, caiu no chão do escritório e explodiu em estilhaços como se tivesse sido atingido por uma rajada. O tempo parou. O ar sumiu dos meus pulmões. Só restou o vazio. Um silêncio ensurdecedor.
— Não. — sussurrei. — Não, não, não...
Ada correu até mim, mas não lembro do que ela disse. Só lembro de gritar.
— PEGUEM O CARRO! — berrei com uma fúria que veio das entranhas. — AGORA!
Nicolo foi o primeiro a me alcançar, já ligando para os contatos no hospital, buscando informações. Mas nenhuma confirmação vinha. Nenhum detalhe. Apenas boatos, fragmentos. “Grávida…”, “cabelo escuro…”, “jovem mulher ferida…”.
O carro voou pelas ruas de Nápoles, mas parecia lento demais. O trânsito era um obstáculo. O mundo parecia conspirar contra mim.
Aurora.