Giovanni
A porta bateu atrás de Aurora e o silêncio se derramou pela casa, grosso e desconfortável como fumaça. Eu respirei fundo, enfiando a arma na cintura da minha calça de moletom, e encarei os três intrusos na minha sala de estar.
— Vocês podiam ter avisado que vinham. — resmunguei, cruzando os braços.
Matteo, meu irmão mais velho, não sorriu. Nem piscou. Só cruzou os braços musculosos no peito, o olhar duro como concreto.
— Já sabemos da sua imprudência, Giovanni. — ele disse, a voz baixa, carregada de julgamento.
Imprudência.
A palavra ficou ecoando dentro da minha cabeça, irritando mais do que deveria.
— Não foi planejado. — respondi entre dentes, tentando manter o tom calmo.
— É claro que não foi planejado! — explodiu Nicolo, o segundo da linhagem dos desgraçados que eu chamava de irmãos. — Nenhum idiota planeja arruinar a própria vida!
Cerrei o maxilar com tanta força que senti os dentes doerem. Dei um passo à frente, firme, o piso de madeira rangendo sob meus pés.
Nick cont