Aurora
A batida na porta foi tão brusca que dei um pulo da cama, achando que a máfia inteira tinha invadido a casa.
— Veste alguma coisa, vamos sair. — ouvi a voz grossa do Giovanni do outro lado.
Eu pisquei, completamente confusa.
Vestir...? Sair...?
Ainda estava de pijama — uma calça de flanela com estampa de vaquinhas e uma camiseta velha do Mickey — nada exatamente glamouroso.
— Sair pra onde?! — gritei de volta, sem me mexer.
— Ver meu filho. — ele respondeu como se estivesse dizendo que íamos no mercado comprar pão.
Eu franzi a testa, encarando a porta como se ela fosse explodir a qualquer momento.
Ver o filho dele.
Eu... Ele...
Ahn?
O que ele queria dizer com aquilo?
O bebê nem tinha nascido! Era tipo... do tamanho de um feijãozinho ainda, não era?
Será que ele tinha comprado um microscópio? Ia me fazer engolir uma câmera?
Estava começando a imaginar teorias cada vez mais absurdas quando a porta se abriu sem cerimônia.
— Vem logo, Aurora. — Giovanni falou, já enfiando a cabeça