**Sara Lima**
Após a conversa com o seu Rodrigo, subi para o meu novo quarto e, pasmem, minhas coisas estavam todas aqui e organizadas! Peguei uma roupa e fui me preparar para um banho. Fui explorar os cremes e perfumes do seu meu maridinho que, sinceramente, é super vaidoso! Cheirei um pouco de cada um e fiz uma verdadeira invasão no espaço dele. Tomei meu banho e me vesti, passando creme nas pernas. Ao abrir a varanda, encontrei uma mesa com um vaso de planta e um notebook. Tentei abrir o bicho, mas, claro, não sabia a senha. Voltei para o quarto, peguei meu fone e já estava quase me apaixonando pela minha playlist quando a porta se abre de uma forma dramática. E, adivinhem, é ele, todo revoltadinho, como seu pai tinha predito. Resolvi fazer o que combinei com o pai dele, já que essa turma parece estar um pouco fora da casinha. Depois da crise dele, lá vem ele de novo, mas eu estou aqui, só na minha música. Até que ele se aproxima, com aquele olhar que me hipnotiza. Gente, como ele é gato! Fiquei paralisada, mas, claro, não vou dar o braço a torcer. Vou deixar ele achando que eu não tenho interesse nenhum. Para ser bem sincera, até pensei no Pedro, mas com toda essa situação da doença, vou ter que dar um tempo. Dormir ao lado de um marido gato, mas desconhecido, é uma tarefa e tanto. Ele já está no banheiro há horas! Levantei, fui até a porta e ouvi o barulho do fim de uma descarga. Sorri, porque sim, ele estava lá, fazendo seu "necessário". Voltei para a cama e me enrolei no lençol mas calma... tudo isso era novo e a ficha estava caindo: Pedro morreu, papai me vendeu, e eu estava morando com dois estranhos. Chorei abafando o som no travesseiro até que a porta do banheiro se abre. Limpei as lágrimas e vi ele se aproximando, parando na frente da cama. Levantei o olhar lentamente... e, putz, meu Deus, não é nada pequeno! Ele sorri, levantando as mãos. — Então gostou, esposinha! — diz ele, todo ridículo. Joguei um travesseiro nele, o que me deixou mortificada, porque, sério, nunca tinha visto um homem nu na minha frente! — O que foi? Se assustou com o tamanho? — provoca ele, balançando o que não deve ser balançado. — Ahhhh! — gritei, tapando meu rosto. E ele puxa o cobertor que eu tinha e deita na cama. Aí, quando eu olho, ele estava lá, em pé, e nossos olhares se encontraram novamente. Ele estava certo, não é pequeno. Levantei e fui correndo para o banheiro. Fechei a porta e lavei o rosto, olhando no espelho: — Fica calma, é só um pênis. Pense na faculdade, em seu restaurante... Seja forte, mulher! E aproveite! O seu Rodrigo disse que ele é malandro, então preciso ser mais do que ele. Depois de me recompor, saí do banheiro e já escutei roncos. Quando vi, ele estava estendido na cama e não havia espaço para mim. Pelo menos agora, ele estava tranquilo. Peguei outra coberta e deitei no sofá da varanda. O dia logo clareava, me espreguicei e olhei para o quarto, onde ele ainda dormia, todo esticado. Segui para o banheiro, liguei o chuveiro, e ah, que água boa! — Desejo a você o que há de melhor, minha companhia para não se sentir só... — comecei a cantar enquanto ensaboava e dançava leve. Mas, claro, entrou sabão no meu olho. Coloquei a cabeça embaixo do chuveiro e esfreguei para parar de arder, mas doeu como o inferno. Algo chamou minha atenção, então, ao olhar para o lado... — Ahhh! O que você está fazendo aqui, seu infeliz! — gritei desesperada, tampando meus seios, porque ele definitivamente não merecia ver essa beleza. Eu estava vermelha como um pimentão e ele, sem vergonha, abriu o box e entrou. Agora ele estava pelado comigo! Fui me espremer para não encostar nele, que estava lá sorrindo. Então, peguei uma toalha e me enrolei. Que sufoco! — Não fuja, esposa! E nossa lua de mel, hein? — disse ele, todo bobalhão. Passei creme no corpo e peguei uma roupa para vestir. Enquanto estava secando o cabelo, ele saiu do banheiro, ainda bem que não estava nu, porque o corpo dele estava de parar o trânsito com aquele peitoral à mostra. Percebi que ele estava irresistível com os cabelos molhados. E esse sorriso? Fiquei completamente hipnotizada. — Fecha a boca, esposa! Sei que sou tudo de bom, mas como você disse, entre nós não vai rolar nada. Você nem faz meu tipo! — ele é tão cabeça-dura! Virei e segui para a varanda, mas ele me chamou. Parei. — Mas eu tenho um plano. Se você aceitar, vamos fazer uma política de boa vizinhança. O que me diz, esposinha?