Narrado por Vinícius Vasconcelos
O jogo tinha terminado, eu tinha levado um banho daquela menina de olhos grandes e voz doce — e agora estávamos no carro. O silêncio até que estava suportável. Até ela abrir a boca.
— Agora você liga o som… e escolhe a música.
Dei de ombros e liguei o rádio. Se ela queria música, que fosse. Pelo menos não ia ficar me olhando com aquela cara de quem quer entender minha alma.
— Gosto de vários estilos… mas no domingo, quando tô escrevendo, curto James Arthur. As músicas dele me deixam mais romântico. Aí escrever fica fácil.
Ela me olhou como se eu fosse um bicho raro.
— Eu não te entendo mesmo.
Revirei os olhos e dei um riso curto.
— Por quê?
— Porque tem hora que você é até legal. Mas em outras, só parece um idiota completo.
Sorri de canto. Gosto quando ela me chama de idiota. Fica bonitinha tentando me odiar.
— Igual a você. Tem hora que vejo uma mulher bacana… mas outras, parece só mais uma chata qualquer.
Fiz uma pausa dramática.
— E olha… você não p