capítulo 5

**Vinícius Vasconcellos**

Entro no meu quarto e vejo ela relaxando na minha cama. Deixo de lado as regras enfadonhas do meu pai, que estão ali, em cima da mesa, como um lembrete do que está em jogo, e me acomodo na cadeira, tirando os sapatos. Ela está lá com fones de ouvido, aparentemente mergulhada em sua música, fingindo que não estou ali. É como se existisse uma barreira invisível entre nós, e isso me incomoda profundamente.

— Beleza, vamos lá, mas pode esquecer essa história de sermos marido e mulher, porque não estou nessa. — digo, tentando manter a voz firme enquanto passo por ela em direção ao banheiro. Uma parte de mim se pergunta se faço isso apenas para provocá-la, ou se realmente quero deixar claro que não há sentimentos envolvidos entre nós.

— Oi, você falou comigo? — pergunta ela, com um tom de voz que beira o sarcasmo, claramente se fazendo de desentendida. Odeio esses joguinhos. Por que tudo tem que ser tão complicado?

— Eu disse que entre a gente não vai rolar nada, entendeu? Nada! — respondo sem rodeios, e imediatamente ela solta um suspiro casual, deitando-se novamente e ajustando os fones de ouvido, como se estivesse mais interessada na música do que nas minhas palavras. E então, como se quisesse me provocar mais, ela diz algo que me deixa em brasa:

— O quê? — pergunto, já esperando o que vem a seguir. Ela, com um sorriso provocador, responde:

— Você já deu uma olhada no espelho? Porque, meu bem, se depender de mim, isso nunca vai acontecer, pois eu não gosto de homens com… bem, você sabe!

Ela diz isso me encarando, como se eu fosse um verdadeiro mistério a ser desvendado. Coloco a mão na frente, surpreso. Pequeno? Essa garota deve estar maluca, só pode!

— Pequeno? Pode apostar que não é nada disso! E posso te provar! — A provocação na minha voz está clara, mas ela apenas ri, o que só me irrita mais.

— Não estou nem um pouco interessada em ver ou provar. E, sinceramente, vai tomar seu banho e me deixe em paz! — A cara de pau dela me deixa paralisado momentaneamente, como se estivesse levando a brincadeira muito a sério.

Enquanto caminho em direção ao banheiro, o peso das regras do meu pai pesa sobre mim como uma âncora. Me instalo no vaso e pego o papel que contém todas aquelas normas ridículas para ler tudo com calma. Afinal, como diz minha mãe, a privada é um lugar onde a gente pode pensar em muitas coisas — e no meu caso, a situação só parece ficar mais absurda a cada linha que leio.

— Meu pai só pode estar brincando. Olha essa regra: não posso sair sozinho, pois a esposa tem que estar sempre ao meu lado, porque homem casado tem que se dar ao respeito! Que cara de pau! Engraçado que ele pode morar longe da minha mãe! — Fico horas ali, lendo aquelas regras e pensando em como minha vida virou uma comédia de erros, até que uma ideia brilhante surge na minha mente. Claro que sou o cara; se ela não quer nada sério, talvez possamos ser parceiros no crime!

Um sorriso malicioso se forma em meu rosto. Passo a mão no meu cabelo incrível, dando uma ajeitada, e dou uma rápida olhada no espelho antes de tomar meu banho. Agora estou leve, e, ao me secar diante do espelho, sinto uma confiança borbulhando dentro de mim. Meu pai nem imagina o quão afiado é o meu raciocínio.

Agora é só dormir pelado, e se ela recusar o Lindão, estarei certo de que ela vai acabar cedendo e colando em mim. E meu pai vai ver o filhinho dele "casado", mas do meu jeito. Afinal, se eu não posso controlar essa situação, que pelo menos eu me divirta um pouco no processo! A vida é curta demais para não aproveitar cada uma das suas nuances, mesmo que isso signifique brincar com fogo e provocar uma faísca no relacionamento que ainda nem começou.

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