A chuva fina caía sobre os telhados de ardósia de Paris como se a cidade estivesse suspirando, lavando memórias antigas e despertando outras que Chiara acreditava ter guardado profundamente. O táxi parou diante do pequeno hotel boutique em Montmartre, exatamente o mesmo em que ela e a mãe se hospedaram na viagem que havia mudado sua vida quando era apenas uma adolescente cheia de sonhos.
A porta se abriu, e o vento gelado trouxe consigo o aroma de boulangerie, chuva e nostalgia.
— Bonjour, Paris… — Chiara murmurou, sentindo a alma tremer com emoções que só a cidade-luz sabia provocar.
A Chegada
Ela estava ali por dois motivos:
Um oficial — participar de uma exposição internacional que desejava incluir o Jardim de Isabella como referência de arte paisagística poética.
E outro invisível, íntimo, impossível de negar — revisitar o passado que ela jurava ter superado, mas que insistia em viver nas entrelinhas das cartas que um dia recebeu… e nunca respondeu.
Entre o peso da bagagem e o pes