O vento soprava leve sobre as colinas de Montevino, trazendo consigo o perfume maduro das videiras e o som distante dos sinos da pequena igreja. As folhas começavam a mudar de cor, tingindo a paisagem com tons de ouro, cobre e carmim. Era outono — a estação preferida de Chiara.
Ela caminhava lentamente pela trilha que ligava a casa principal ao jardim de Isabella. O chão, coberto por folhas secas, fazia um suave estalar sob seus passos. No ar, pairava a sensação de paz e continuidade, como se cada folha caída contasse uma história, como se cada cor fosse uma lembrança viva.
Chiara parou diante do memorial que criara para a mãe — uma pequena fonte rodeada por roseiras brancas e lavandas. No centro, uma placa de mármore trazia gravado:
“Aqui florescem as memórias que o tempo jamais apaga.”
Ela fechou os olhos e respirou fundo. Aquele era o lugar onde vinha refletir sobre tudo o que havia vivido — as conquistas, os amores, as partidas e os recomeços. Montevino continuava o mesmo, e ainda