O silêncio estava me matando. Não era ausência… era presença demais. Kael inteiro era um campo minado, e eu andava sobre ele sem saber onde podia pisar. Só sabia que não aguentava mais fingir que estava tudo bem.
Respirei fundo, reunindo coragem, e soltei de uma vez:
— O que é que você tanto esconde nesse silêncio?
Ele ficou imóvel. Nenhuma reação aparente, como se tivesse congelado por dentro.
— Kael?
Os olhos dele, quando encontraram os meus, carregavam aquela tempestade contida. A mesma de sempre. Mas havia algo diferente. Uma hesitação que ele não costumava deixar escapar.
— Você acha que é fácil? — ele murmurou. — Mostrar o que acontece aqui dentro?
Apontou para o próprio peito com um toque quase imperceptível.
— Eu cresci aprendendo que sentir demais enfraquece. Que se você sangra na frente das pessoas, elas vão usar isso contra você. Eu aprendi a calar. A fechar. A esconder.
Fez uma pausa. O maxilar contraído, o olhar cravado no meu, como se esperasse que eu recuasse.
Mas eu nã