O silêncio dele me irritava. Não por ser cruel… mas por esconder coisas que eu queria entender. Kael sempre foi assim — frio, calculado, cheio de barreiras invisíveis. Mas hoje, quieto, alguma coisa nele parecia... instável. Como se o controle que ele tanto prezava estivesse começando se rachar de algum modo.
— Você sente alguma coisa ou só finge muito bem? — minha pergunta saiu antes que eu pensasse. Dura. Mais do que deveria.
Ele não respondeu de imediato. A mandíbula travou, os olhos fixos em mim, e por um segundo, achei que ele fosse embora. Mas ele ficou.
— Cuidado com o que você quer saber, Elisa — disse baixo, como uma ameaça disfarçada de conselho.
Engoli seco. Meu coração acelerou, mas eu não desviei.
— Eu só quero a verdade — sussurrei. — Por pior que seja.
Ele deu um passo à frente. Não era agressivo, mas havia uma tensão no corpo dele. Como se estivesse lutando contra algo dentro de si.
— A verdade? — murmurou. — A verdade é que eu sinto. Mais do que deveria. Mais do que e