Kael segurou meu pulso com firmeza. Seu toque era firme, mas não cruel. Seus olhos, porém… estavam escuros. Como se alguma lembrança antiga tivesse sido arrancada à força de dentro dele.
— Quem era ele? — minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria.
Kael não respondeu de imediato. Olhou ao redor, como se pudesse ver além das paredes, como se algo invisível ainda estivesse ali, nos observando.
— Um dos marcados — disse por fim. — Eles sentem quando algo desperta… e seguem o cheiro como animais. Você é o faro, Elisa. E o que há em você... grita mais alto do que imagina.
Olhei para minha mão. O corte já não sangrava tanto, mas ardia. Quase como fogo sob a pele.
— Ele nem me tocou.
— Não precisa. — Kael fechou os dedos ao redor dos meus. — Quando você abriu o selo no salão, quando me tocou... ativou mais do que os sussurros. Uma linhagem adormecida. Um pacto que antecede o meu nascimento. E o seu.
— Pacto? — repeti, confusa. — Isso está em mim?
Kael assentiu, devagar.
— Está sobre você.