O céu de São Paulo ainda carregava os tons cinzentos da madrugada quando Isadora despertou. Sentia o corpo cansado, mas a mente elétrica. A palestra da noite anterior havia sido um sucesso. Ela fora firme, objetiva, encantadora. Conquistou olhares atentos e aplausos sinceros. Mostrou que sua ausência do Brasil não a apagou — a fortaleceu.
Enquanto se espreguiçava devagar, pensou em Lorenzo. Durante a apresentação, ela havia sentido o peso do olhar dele. Estava elegante como sempre, mas havia algo diferente. Um cansaço escondido no olhar, talvez arrependimento. Isadora sacudiu a cabeça. Não podia se permitir pensar nisso. Não havia espaço em sua vida para esse tipo de confusão.
Tomou um banho demorado, vestiu uma roupa leve e, depois de tomar um café rápido, pegou o celular.
Havia uma pessoa com quem precisava conversar.
“Sofia, apareça aqui no hotel. Urgente. Não me deixe te caçar por São Paulo!”
Riu sozinha ao apertar o enviar. Sabia que bastava aquilo para atrair a amiga — e também