Lorenzo permaneceu no terraço por longos minutos, imóvel, como se seus pés estivessem fincados no chão. A porta por onde Isadora saíra já havia se fechado há tempos, mas o vazio deixado por sua ausência continuava ecoando como um trovão silencioso dentro dele.
A visão dela — tão serena, tão forte, tão inalcançável — martelava em sua mente com a fúria de um passado mal resolvido. Aquela mulher não era mais a garota doce e um pouco atrapalhada que ele conheceu. Não. Isadora Mendes havia se transformado em uma força da natureza, e aquilo, ao mesmo tempo que o encantava, o dilacerava.
Ele passou a mão pelos cabelos, respirando fundo. Quis rir. Quis gritar. Quis apagar o tempo que desperdiçou com orgulho, distância e desculpas esfarrapadas. Mas não podia. Tudo o que podia fazer agora era encarar a verdade: ainda a amava. Amava com uma força absurda. Amava com todos os poros da pele, com todas as falhas do coração. E essa constatação, em vez de libertá-lo, o prendeu mais ainda àquele instan