Na manhã seguinte, Isadora se arrumou como quem se prepara para a guerra — ou um encontro, mas não admitiria isso nem sob tortura. Escolheu um vestido midi azul-marinho, discreto o bastante para o escritório, elegante o suficiente para causar pequenos colapsos cardíacos.
No espelho, respirou fundo. "Hoje, foco no trabalho. Só no trabalho", murmurou. E mentiu lindamente para si mesma.
Ao chegar, notou que Lorenzo já estava em sua sala. A porta entreaberta deixava escapar uma voz grave ao telefone, e ela sentiu um arrepio. Algo nela reagia a ele como se fosse química de laboratório: explosiva, instável, impossível de ignorar.
— Bom dia, Srta. Mendes — disse ele, sem erguer os olhos do monitor quando ela entrou para entregar os relatórios. — Dormiu bem?
— O suficiente Sr. Alcantara.
Ele ergueu um canto da boca. Não era um sorriso, era um desafio disfarçado de expressão neutra.
— Vamos precisar revisar o planejamento orçamentário para o próximo trimestre. Quero sua opinião antes de