O céu da Irlanda parecia mais azul naquela manhã, ou talvez fosse só o alívio no peito de Isadora que dava cor ao mundo. O jatinho havia pousado há pouco, e ela já sentia o cheiro familiar do ar frio e levemente úmido que só aquele lugar carregava. A bagagem fora enviada direto para casa, mas ela insistiu em sair caminhando do pequeno aeroporto particular. Queria sentir a terra de volta sob os pés. Queria se sentir inteira.
Quando avistou o carro preto parado discretamente à frente, seu coração aqueceu. Catarina desceu do banco do motorista com a elegância de sempre, envolta em um casaco bege e um cachecol vinho. Seus cabelos brancos estavam presos em um coque impecável, e o sorriso que carregava iluminava mais que o sol tímido daquela manhã.
— Você está com cara de quem derrubou o mundo e construiu outro em cima — disse Catarina, abrindo os braços.
— Talvez eu tenha feito exatamente isso — Isadora respondeu, abraçando a tia com força. Um abraço que tinha gosto de lar.
Já no carro, en