O primeiro amor, a primeira desilusão, Angie viu seu primeiro e grande amor lhe trair da pior forma, achou que nunca mais amaria, só que a vida lhe dará a chance para um novo amor e de onde ela menos esperaria, sua implicância pelo chefe do seu pai que sequer conhecia se tornará em algo que ela sequer sonharia.
Ler maisAngie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”.
Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento. _Meu pai já está em casa ?. Perguntou . -Não filha , ele ainda está no trabalho . Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai. — Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente. Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação. — Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom patrão. Ele paga direitinho e sempre paga as horas extras que seu pai faz. Além disso, ele nos deu todos os benefícios, até plano de saúde. Angie fez um gesto impaciente com as mãos, como se a explicação da mãe não fosse suficiente para acalmá-la. — Isso é dever dele! O tempo da escravidão acabou, mãe. — Ela cruzou os braços, claramente revoltada com a ideia de que o trabalho excessivo fosse visto como algo normal. Natália suspirou, vendo que sua filha não estava disposta a entender a complexidade da situação. Ela não queria entrar em um debate sobre isso naquele momento, mas sabia que a visão de Angie ainda estava moldada por um idealismo juvenil, longe da realidade do mundo adulto. - Vamos jantar só nós duas. Quando seu pai chegar, eu esquento a comida dele — disse Natália, com um tom suave, percebendo que a conversa sobre o trabalho do pai de Angie estava tomando um rumo que ela preferia evitar. Sabia que sua filha tinha uma personalidade forte e, se não interviesse, ela passaria o resto da tarde criticando o patrão do seu pai. Angie deu de ombros, não querendo mais continuar o assunto. — Está bem, estou morrendo de fome — respondeu, com uma leve irritação na voz, enquanto se sentava à mesa. Natália percebeu a mudança no tom da filha e sorriu levemente, aliviada por não precisar mais lidar com a tensão. Ela sabia que, em alguns momentos, Angie podia ser um pouco impulsiva e que a juventude ainda a fazia enxergar as coisas de uma maneira muito idealizada. Natália, por outro lado, sempre tentava trazer um pouco mais de realismo para as situações. Logo depois, após o jantar ,ela subiu as escadas para seu quarto. A noite estava chegando, e ela precisava se preparar para o encontro com Mark. No quarto, ela se movia com agilidade, escolhendo cuidadosamente o que vestir. O tempo passava rapidamente enquanto ela ajeitava os detalhes, como o cabelo e o toque final de maquiagem. Cada gesto era uma pequena ansiedade, uma antecipação pela noite que a aguardava. Quando o relógio marcou a hora, ela respirou fundo, sentindo a adrenalina de quem espera por algo especial. Uma hora depois, o som de um carro estacionando na frente da casa a fez sorrir. Mark estava chegando. Angie se olhou no espelho, ajustou o que faltava e, com um suspiro, desceu as escadas. O encontro que ela tanto aguardava estava prestes a começar. _Entre, Mark. – disse Natália, mãe de Angie, com um sorriso acolhedor. _Angie está se arrumando, daqui a pouco ela desce. _Obrigada, senhora Natália. – respondeu Mark, entrando na sala com passos tranquilos. _Quer tomar alguma coisa enquanto espera a minha filha? _Não, senhora, eu estou bem. – Mark respondeu educadamente, com um leve sorriso.. Angie desceu , despediu-se de sua mãe e entrou no carro de Mark com um sorriso largo no rosto, a animação estampada em seus olhos. O cheiro do carro e a sensação de estar ao lado dele a faziam se sentir leve e feliz. _Aonde vamos? – perguntou ela, curiosa, enquanto se ajeitava no banco ao seu lado. _Ao restaurante Cobby J. – respondeu Mark, com um sorriso discreto. _Que bom sair com você... – disse Angie, olhando para ele com carinho. A ideia de uma noite tranquila juntos parecia perfeita. Mas, antes que ela pudesse se acomodar completamente, Mark interrompeu seus pensamentos. _Ah, esqueci de te dizer, mas o Jack e a Clara vão com a gente. – ele falou casualmente, sem perceber o impacto das palavras. Angie o olhou surpresa, sentindo uma leve frustração tomar conta dela. _Como assim? – perguntou, com um tom de incredulidade. Achei que fôssemos só nós dois, uma noite romântica. De novo chamando companhia? Não bastava a minha presença? Mark respirou fundo, claramente tentando evitar uma discussão, e olhou para ela com calma. _Para com isso, Angie. Eles são nossos amigos. Não começa. – disse ele, mantendo a voz firme, mas sem perder a paciência. Angie se recostou no banco, tentando esconder a decepção. Ela queria muito um momento íntimo com Mark, mas parecia que a ideia de sair com os amigos dele sempre se impunha. - Eles não são meus amigos, são seus amigos! – disse Angie, enfatizando a última parte, a frustração evidente em sua voz. Ela fez uma pausa, olhando para Mark antes de continuar. – Poxa, hoje era um momento só nosso, e você trouxe os dois a tira-colo. Parece que não gosta de estar comigo. Mark sentiu o tom magoado nas palavras dela e, tentando acalmar a situação, respondeu rápido: - Não é isso! Eu só queria tornar a noite mais agradável, com mais pessoas... – ele tentou se justificar, mas percebeu que Angie não parecia nada contente com a ideia. Ela ficou em silêncio por um momento, claramente chateada, e Mark, notando a expressão dela, tentou amenizar a situação. - Olha, na próxima vez, eu prometo que deixo você cuidar de tudo e vamos só eu e você, tá? – disse ele, com um tom mais suave. – Agora, eu já os convidei, fica chato desconvidar, né? Muda essa cara, por favor.. Mesmo relutante, Angie não podia continuar contrariando. Ela suspirou fundo e tentou disfarçar o desconforto. Era difícil, mas no fundo, ela sabia que Mark só queria agradar a todos. Ela se forçou a dar um sorriso forçado. - Tá...– disse ela, ainda um pouco insatisfeita. Eles chegaram ao restaurante, e como Mark havia mencionado, Jack e Clara já os esperavam na entrada. Ao vê-los, Angie se forçou a ser educada, mas seu coração ainda estava com um gosto amargo da noite que ela imaginava diferente. Angie e Mark se acomodaram na mesa do restaurante, onde seus amigos já estavam animadamente conversando e rindo. O ambiente era acolhedor, com luzes suaves e o aroma de pratos deliciosos no ar. No entanto, Angie não conseguia relaxar. Seu olhar se fixou em uma das amigas de Mark, que parecia ter um brilho especial nos olhos ao falar com ele. Enquanto a conversa fluía, Angie sentiu um nó no estômago. A maneira como a amiga de Mark o olhava, com um misto de admiração e carinho, a deixou inquieta. Ela percebeu que havia algo mais do que amizade naquele olhar, e isso a fez se sentir deslocada. Tentando se envolver na conversa, Angie forçou um sorriso, mas a insegurança a acompanhava, tornando difícil aproveitar a noite. A mesa estava cheia de risadas, mas para Angie, o clima estava carregado de uma tensão que ela não conseguia ignorar.O fim de tarde caía com suavidade, como se o mundo inteiro tivesse desacelerado só para deixar aquele momento acontecer. O quintal estava banhado por uma luz dourada, que se derramava sobre as folhas, sobre os brinquedos esquecidos na grama e sobre a rede onde Luna e Angie descansavam juntas. O ar estava calmo, com o cheiro de terra ússida misturado ao perfume suave do sabão de coco das roupas secando no varal.Luna, com quase seis anos, estava deitada de lado, a cabeça no colo da mãe, os olhos meio fechados. Passava o dedo preguiçosamente pelas linhas do rosto de Angie, como se desenhasse memórias invisíveis.— Mamãe...Angie acariciava os cabelos da filha com uma mão, enquanto lia um trecho de um livro com a outra. Interrompeu a leitura e sorriu:— Hm?Luna hesitou. O tom da pergunta vinha com cuidado, como quem pisa em vidro fino:— Por que você tem aquela cicatriz grandona na barriga?Angie fechou o livro devagar e pousou-o no colo. Sabia que esse momento chegaria, mas como tantas
Cinco anos haviam passado desde aquele dia no jardim. O dia em que eles disseram "sim" pela segunda vez — e dessa vez, para o mundo todo ver.Desde então, a vida seguiu. Não com perfeição. Mas com presença.A casa em que moravam ficava nos arredores de uma pequena cidade cercada por árvores e trilhas. Era grande o suficiente para os filhos correrem, pequena o bastante para que se ouvissem de um cômodo ao outro. O chão de madeira rangia em certos pontos, e a varanda da frente já precisava de tinta nova, mas nada disso importava. A casa era viva.Luna, com cinco anos, era um furacão em forma de gente. Falava pelos cotovelos, fazia perguntas difíceis, desenhava universos inteiros em folhas de sulfite espalhadas pela sala. João, com três, era um explorador incansável. Mexia em tudo, escalava armários, adorava molhar o chão do banheiro “pra ver como a água escapa pelos cantos”.Naquela manhã de sábado, Angie acordou com o sol tocando de leve sua bochecha. Estava deitada de lado, encolhida,
O tribunal estava lotado, embora o processo corresse em sigilo parcial. Repórteres faziam plantão do lado de fora, tentando captar qualquer imagem, qualquer reação. O caso havia ganhado a atenção da mídia local: "Mulher invade casamento do ex e atira na noiva em surto emocional". A narrativa era sensacional, trágica, vendável.Mas por trás da manchete, havia dor real.Angie entrou com passos firmes, mesmo usando uma bengala leve por recomendação médica. O ferimento no abdômen cicatrizava, mas não tão rápido quanto ela queria. Ainda assim, a força com que ela sustentava o olhar ao cruzar a sala deixava claro: não havia mais medo.Robert estava ao seu lado, de terno, discreto, tenso. Ele a ajudou a se sentar na fileira reservada às vítimas e familiares. O pai de Angie estava ali também, imponente, olhando para a porta por onde Júlia entraria.Quando ela surgiu, algemada, magra, abatida, cabelos presos num coque descuidado... a sala silenciou. Ela caminhava curvada, como quem não queria
A ambulância chegou em minutos, mas para Robert, parecia uma eternidade. Ele subiu com ela, segurando sua mão o tempo inteiro, mesmo quando ela não mais reagia.No hospital, as portas se fecharam à sua frente. Ele ficou de pé no corredor branco e gelado, coberto de sangue, as mãos sujas, o rosto sujo de lágrimas.Horas depois, já sentado, a cabeça entre as mãos, sentiu um toque no ombro.Era Suzy. Pálida, trêmula. — Robert... ela vai...Ele não respondeu. Só olhou para a porta do centro cirúrgico.Evelyn chegou logo depois, o rosto devastado. O pai de Angie vinha atrás, quase sem respirar, e a mãe com os olhos inchados.— O que aconteceu?! — perguntou Jorge, empurrando Robert contra a parede. — O que você FEZ?! Isso tudo é culpa sua.— Eu... ela... Júlia apareceu. Ela estava armada. Eu não consegui impedir. Ela estava doente, Jorge. Doente.Jorge o soltou, mas não disse mais nada. Só caminhou de volta até a cadeira e afundou ali.O médico saiu da sala com o jaleco manchado de sangue.
Claro! A seguir está a versão reescrita da cena, com a cerimônia ocorrendo em paz, com emoção e beleza, e a chegada descontrolada de Júlia acontecendo apenas depois que Angie e Robert já assinaram os papéis e estão oficialmente casados. Isso preserva o momento especial do casamento e traz a reviravolta dramática logo em seguida — com impacto, mas sem roubar o brilho da união.Capítulo – O dia só delesA manhã era leve, com céu limpo e brisa suave. O jardim reservado atrás do ateliê estava silencioso, como se o mundo lá fora tivesse adormecido por algumas horas. Lavandas balançavam discretamente, e o ar carregava o cheiro fresco de terra úmida e flor.Angie chegou com os cabelos presos em um coque solto e o vestido fluido tocando os tornozelos. O buquê de flores silvestres amarrado com fita azul se destacava contra o branco do tecido. Robert já a esperava sob o caramanchão de madeira, vestindo uma camisa clara, blazer azul-marinho e olhos cheios de ternura.Quando a viu, seus lábios se
Agora que os pais de ambos sabiam do romance, estava na hora de dizerem para eles que os dois pretedem morar juntos.Robert estacionou o carro em frente à casa dos pais de Angie e ficou ali por um minuto, olhando para a caixinha no banco do passageiro. Dentro dela estavam as alianças simples que eles haviam escolhido juntos naquela tarde. Nada caro, nada extravagante. Apenas prata lisa, com uma pequena gravação interna: “Sem promessas, só presença.”Ele sorriu ao lembrar da expressão de Angie ao experimentar a dela. Tinha sido um momento silencioso, mas tão cheio de significado quanto qualquer cerimônia tradicional.Apenas três semanas os separavam do sim.E naquela noite, dariam o primeiro passo: contar à família que decidiram viver juntos.Mas o casamento...Esse, por enquanto, continuaria sendo o segredo mais bonito entre os dois, ou era assim que eles queriam._De jeito nenhum...disse o pai de Angie quando eles fizeram o anúncio _Minha filha sai daqui casada, bem que eu iamginei,
Último capítulo