O pulso do EMP varreu o mosteiro como um sussurro apocalíptico. Telas apagadas, portas trancadas, protocolos caídos. Por segundos eternos, a reunião mais poderosa do mundo mergulhou em caos.
Valentina não esperou o choque se acomodar. Correu.
A passagem das criptas ficava atrás do altar principal, escondida por uma tapeçaria simbólica representando o "Equilíbrio Mundial" — uma ironia cruel.
Ela puxou o tecido, digitou o código final no painel oculto — uma sequência que Francesca obtivera de um mapa antigo, restaurado digitalmente. A parede rangeu, revelando a escada de pedra.
O ar ali dentro era úmido, espesso como óleo. As chamas das tochas se apagavam uma a uma, consumidas pelo colapso elétrico. Valentina acendeu a lanterna presa ao colar e começou a descer.
A cada degrau, sentia o passado respirar. Ossos escondidos nas paredes, marcas de tortura, inscrições em latim sobre poder e submissão. Era um templo. E uma cova.
Atrás dela, o som de passos.
Rápidos.
Precisos.
Marcell