O silêncio na sala era tenso.
Valentina estava diante de uma câmera. Nada de maquiagem, nem luz artificial. Apenas a luz natural entrando pela janela da fazenda nos Alpes, iluminando seu rosto marcado por olheiras, cansaço e algo mais forte: convicção.
Francesca ajustava o microfone com delicadeza, como se cada fio representasse um limite a ser ultrapassado.
— Você tem certeza disso? — perguntou. — Ainda podemos vazar as informações sem rosto, sem nome.
— Não. Se for pra mudar alguma coisa, precisa ser com a minha voz. Com o peso da verdade. Eles sempre se escondem atrás de sombras. Eu quero ser a luz.
Davide a observava em silêncio. Estava armado. A fazenda era segura, mas o mundo lá fora já começava a se mover — e eles eram os primeiros alvos.
— Três... dois... um... gravando — disse Francesca.
Valentina respirou fundo.
E falou:
— “Meu nome é Valentina Mancini. Durante meses, vivi sob identidades falsas. Fui manipulada, ameaçada, usada. Tudo para que um pequeno grupo de pes