O outono havia chegado em Castelvetro, tingindo as folhas de dourado e laranja. Era a estação preferida de Valentina. A luz era suave, o frio ainda suportável, e a terra, fértil para raízes profundas.
Mas aquela manhã chegou com o peso de um pressentimento.
Enquanto caminhava pelos campos próximos à escola, uma mensagem apareceu em seu terminal portátil — criptografada, sem remetente conhecido.
O conteúdo: uma foto antiga.
Ela, com vinte e poucos anos, vestindo preto, diante de um túmulo. No canto da imagem, um detalhe que a fez gelar: uma insígnia da família Mancini, usada apenas por membros da linhagem direta.
E a assinatura abaixo:
“Algumas verdades não se apagam. Estarei em Milão. Na cripta da Basílica. Dia 4. Ao pôr do sol.”
— É uma armadilha — disse Enzo, assim que ela lhe contou.
— Talvez. Mas se for... é uma armadilha que sabe demais.
Ele cerrou os punhos.
— Quer que eu vá no seu lugar?
— Não. Essa... é minha cicatriz. E precisa ser aberta.
— Não sozinha.
Ela asse