O calor em Tel Aviv era diferente. Não abrasivo, mas constante — como uma camada invisível que apertava a pele e os pensamentos. O céu era limpo, mas Valentina sentia tempestade no ar.
A reunião com Malek Haddad estava marcada para as 17h, no terraço de um hotel boutique no bairro de Neve Tzedek. O convite partira dele, informal, direto: "Se quiser conversar, traga silêncio e vista algo que respeite o sol."
Davide ficou no hotel, monitorando a segurança. Francesca assistia tudo da Itália, pelos drones e microcâmeras. Mas Valentina iria sozinha. Era o preço por estar no jogo.
Ela subiu até o terraço. O som distante do mar misturava-se ao burburinho discreto de turistas. Sentado à mesa, como se esperasse um drinque e não o desmoronamento de uma ordem mundial, estava Malek Haddad.
Elegante. Peles morena, camisa branca de linho, pulseiras de couro nos pulsos. Um homem que vestia o perigo com charme.
— Signora Mancini — disse ele em italiano perfeito. — Imaginei que não viria. O que