No subterrâneo da mansão Moretti, onde antes funcionava um cofre de armas e dinheiro, agora havia uma sala secreta de arquivos, computadores e redes privadas. Era o único lugar onde Valentina sentia que podia pensar sem ser ouvida.
Enrico Visconti estava sentado à mesa de concreto, diante de três pastas antigas e um laptop. Seus dedos envelhecidos digitavam com precisão surpreendente.
— Estes arquivos foram salvos há mais de quinze anos — disse ele, sem levantar os olhos. — São o esqueleto da Ordo Veritas: operações, contratos, chantagens. Quase ninguém mais sabe que isso existe.
Francesca, do outro lado da mesa, o observava com cautela.
— Você armazenou tudo isso e nunca foi caçado?
— Porque fiz uma coisa que nenhum deles imaginou: desapareci como um covarde. E ninguém procura covardes. Procuram mártires, ameaças... heróis. Eu sou só um velho que carrega um mapa para o inferno.
Valentina folheava as pastas lentamente. Fotos de políticos, juízes, jornalistas, todos ligados por s