As câmeras estavam posicionadas com precisão. A iluminação era suave, profissional. Nada muito luxuoso — apenas o suficiente para parecer honesto. Real.
Valentina sentou-se diante da jornalista com uma postura tranquila. A entrevista seria ao vivo, transmitida por um canal independente de alcance crescente nas redes sociais. Francesca insistira naquele formato.
“Se quer reconquistar o público, precisa falar direto com ele. Sem filtros. Sem cortes. Olho no olho.”
A entrevistadora, Giulia Perrone, era conhecida por não poupar ninguém. Mas aceitara conversar com Valentina em condições justas — desde que não houvesse perguntas proibidas.
— Valentina Mancini — começou Giulia, após a introdução. — A senhora é herdeira de um império associado à criminalidade por décadas. Por que deveríamos acreditar que é diferente?
Valentina respirou fundo.
— Porque eu nunca pedi para nascer onde nasci. Mas escolhi o que fazer com isso. Quando meu pai morreu, encontrei um império desmoronando — e reco