45. Ela é Família!
Mikhail Volkov
Quando o dia amanheceu, percebi que havia passado a noite no sofá — a primeira vez, em meses, que não despertei ao lado dela.
Senti falta.
Não do conforto da cama. Nem do perfume impregnado nos lençóis. Senti falta dela — da presença silenciosa, da respiração ritmada, da maneira como se virava durante a noite e puxava o cobertor com aquele gesto inconsciente de quem já se acostumou com alguém ao lado.
Mas não posso me permitir mergulhar nessa confusão. Eu não a amo. E não vou ceder a algo de que eu possa me arrepender.
Ontem, depois de contar a Sophie sobre Ekaterina, tudo se alinhou na minha mente com uma frieza incômoda. Vamos continuar casados por dois anos. Depois disso, darei o divórcio. Simples assim. E que se foda se a Tambov não aceita separações — eu sou a Tambov agora. Eu faço as regras.
Quando subi ao quarto para me arrumar, ela ainda dormia. Desci e tomei meu café em silêncio, peguei o carro e fui direto para a empresa. De lá, seguiria para o hangar — uma vi