Sophie Williams sempre foi prisioneira de pais cruéis, que transformaram sua vida em um ciclo de abusos. Agora, obrigada a se casar com Mikhail Volkov, o impiedoso líder da máfia russa, ela acredita estar apenas trocando uma prisão por outra. Sem escolhas, ela aceita seu destino, enquanto Mikhail, pressionado pelo submundo, vê nesse casamento apenas um jogo de poder. A atração entre eles é inegável, mas cercada por desconfiança e ressentimento. Quando segredos são plantados entre os dois, a linha entre o desejo e a destruição se torna tênue. Sophie esconde uma verdade que pode mudar tudo, enquanto Mikhail caminha rumo a um destino traiçoeiro, sem imaginar que seu maior inimigo pode estar ao seu lado. Em meio a traições, emboscadas e uma guerra entre máfias, Sophie e Mikhail terão que decidir até onde estão dispostos a ir para proteger o que realmente importa. Mas quando o amor nasce entre o caos, será ele suficiente para salvá-los?
Leer másMeu coração bate rápido demais, mas meu rosto permanece inalterado. Viktor me avisou:— Se demonstrar fragilidade lá dentro, senhorita, será vista como fraca. E quem parece fraco… vira alvo fácil.Então, finjo. Ergo o queixo, respiro fundo e visto minha máscara.Para quem vê de fora, talvez eu pareça uma noiva ansiosa por se casar com o amor da sua vida. Um engano perfeito.A verdade? Estou prestes a ser entregue a um homem que não conheço… por outro que me destruiu.Viktor sai primeiro e abre a porta para mim. Me encara por um segundo, como se reforçasse com o olhar tudo o que já disse.— Seja forte.Assinto com sutileza, forçando o corpo a obedecer. Desço do carro com a elegância que aprendi a dominar — não por vaidade, mas como armadura.James me espera a poucos passos, com o braço estendido. Um gesto vazio, quase cínico, vindo do mesmo homem que passou vinte e três anos me ignorando e quebrando cada parte de mim. Ele não diz nada. Apenas me espera.E eu vou.Porque nesse jogo, hes
Sophie WilliamsA semana foi uma loucura. Elena quase enlouqueceu — e me arrastou junto. Agora, ando de um lado para o outro no quarto, sentindo o coração bater fora do compasso, enquanto Irina e Victoria me observam. Estou surtando.— O vestido deu problema de novo! — exclamo, exasperada. Não que eu me importe de verdade com esse casamento. Eu nem queria me casar. Mas, inferno, a maldita roupa ainda não chegou! Já estou maquiada, o penteado está impecável… e a porcaria vestido simplesmente não aparece.— Calma, minha querida. Ainda é cedo, tudo vai dar certo. Venha, sente-se aqui. — Irina segura minhas mãos com suavidade, o olhar gentil. Um contraste gritante com Victoria, que tamborila os dedos no braço da poltrona, impaciente. Ela está furiosa porque Elena ainda não chegou com o vestido. Nada pode dar errado, eu tenho que agir como esperado.— É normal esse nervosismo, filhinha. Sente-se e tome um pouco de água. Se continuar andando assim, vai despentear esse cabelo maravilhoso. —
Mikhail Volkov Ouvi toda a conversa entre Sophie e minha mãe e, no instante em que escutei minha própria mãe dizendo que queria Sophie como mãe de Alek, fui tomado pelo ódio. Ninguém nunca, jamais, será capaz de substituir Ekaterina. Ela foi e sempre será a única mulher que merece meu amor. Meu coração.Fecho os olhos por um instante, e as lembranças me atingem como um soco. O jeito que ela sorria para mim. O som da sua risada suave. A forma como seus dedos sempre encontravam os meus, mesmo nos momentos mais sombrios. Eu nunca quis amar ninguém. Nunca quis me apegar. Mas Ekaterina atravessou todas as minhas barreiras e, quando percebi, ela já fazia parte de mim.E então, ela se foi.Deixando um vazio que nada poderia preencher.Balanço a cabeça, afastando as lembranças antes que me engulam por completo. Respiro fundo e me afasto da porta do quarto de Sophie, seguindo para o de Alek.Entro no quarto e encontro meu filho sentado no chão, rodeado de bonecos de super-heróis.— Papai! —
Sophie Williams Após minha breve conversa com meu cunhado, Mikhail me conduz até o quarto onde ficarei até o casamento. O ambiente é deslumbrante, decorado com requinte e imponência. Mas nada disso é tão impactante quanto a presença do homem ao meu lado.— Espero que fique confortável — ele diz, a voz baixa, fria e controlada. — Você ficará aqui até o dia do casamento. Depois, dormirá no meu quarto.Seu tom não é um convite. É uma sentença. Uma ordem disfarçada de informação.— Tudo bem, então. Obrigada, Mikhail.Ele estreita os olhos, surpreso. Como se um "obrigada" vinda de mim fosse inesperada. Ou talvez esteja apenas me analisando, buscando decifrar algo que nem eu mesma sei se quero revelar.O silêncio entre nós pesa. Por um instante, Mikhail parece prestes a dizer algo, mas se contém. Sua hesitação dura um segundo antes de dar um passo para trás.— O almoço será servido em breve — avisa.E então ele se vai, deixando para trás seu perfume amadeirado e a sensação esmagadora de su
Os carros atravessam os portões da propriedade, e logo vejo minha mãe, meu pai e Elena nos esperando. O sorriso de Irina é largo, enquanto Roman mantém a expressão séria de sempre. Elena, por outro lado, praticamente salta no lugar ao nos ver.Desço do carro e caminho até o outro lado, abrindo a porta para minha noiva. Estendo a mão para ajudá-la a sair, e ela hesita por um segundo antes de aceitar. Seus dedos estão frios contra minha pele quente. Assim que se põe de pé, ajeita o sobretudo sobre os ombros com um gesto gracioso.Porra de mulher bonita. E o perfume dela... simplesmente perfeito.— Seja bem-vinda à sua nova casa, querida — minha mãe diz, envolvendo Sophie em um abraço caloroso.Sophie sorri e agradece educadamente.— Estava com saudade, Sof! — Elena se aproxima animada, abraçando a loira com familiaridade.— Eu também senti sua falta, Lena — a voz de Sophie soa baixa, mas sincera.Meu pai apenas assente com a cabeça em um cumprimento discreto.— Sophie estava muito ansio
Mikhail Volkov O jatinho pousou no hangar poucos minutos depois que chegamos. E então, lá estava ela.O vestido preto abraçava cada uma de suas curvas, o tecido deslizando sobre o corpo com um caimento impecável. O cabelo loiro caía em ondas suaves sobre os ombros, e o sobretudo aberto quebrava a monotonia da cor escura. Mas foi o batom vermelho que me prendeu por mais tempo—um detalhe pequeno, mas que só fazia acentuar ainda mais a tentação que ela era.Meus óculos escuros escondiam a atenção crua que eu lhe dedicava. Cada passo que ela dava em minha direção era um espetáculo por si só, os saltos ecoando contra o chão como um compasso ritmado, o único som que realmente importava para mim naquele instante.A conversa com os pais dela foi breve, mas um pequeno detalhe roubou minha atenção: a loira revirou os olhos no instante em que a mãe me chamou de "querido". Um sorriso sarcástico surgiu em meus lábios antes que eu percebesse algo ainda melhor. Algo que reacendeu um desejo enterrad
Uma semana se passou desde o noivado, e os hematomas começaram a desaparecer. As marcas roxas estavam quase invisíveis, e as mais teimosas eu escondi com maquiagem – nunca se sabe quando alguém pode aparecer. Aliás, Irina veio me visitar esta manhã. Tomamos café juntas e, pela primeira vez em dias, consegui comer de verdade. Até rir.Ela me contou que Elena precisou voltar para a Rússia com Alek, a pedido de Mikhail. “Não é seguro que o filho de um magnata bilionário e mafioso fique longe de casa por tanto tempo.” Palavras dela.Quando vi minha sogra, algo dentro de mim se remexeu de um jeito estranho. Foi ali, naquele instante, que percebi o quanto a sua presença me fazia falta. Como foi possível, em tão pouco tempo, ela despertar em mim uma felicidade que eu nunca soube existir em 23 anos?Minha idade acabou entrando na conversa, e descobri que Mikhail tem 33 anos. Dez a mais que eu. Por um momento, achei que isso me incomodaria, mas não. Ele não me parece velho – nem em idade, nem
Sophie WilliamsMais um degrau.Mais um gemido sufocado.Mais um minuto em que meus olhos ardem, minha pele queima e o couro cabeludo pulsa de dor onde Victoria puxou meu cabelo sem piedade. Nunca está satisfeita. Nunca.Hoje, a razão foi Andrei. Segundo ela, eu o seduzi com sorrisos e gestos. James concordou, como sempre. Deixou que ela descontasse a raiva em mim. E eu, ingênua, achei que não seria tão ruim quanto quando é ele quem o faz. Engano meu.O primeiro tapa veio tão forte que senti o gosto de sangue. Depois fui jogada ao chão, e os chutes começaram. Costelas. Pernas. Braços.Tudo em mim dói.Mas é claro que ela só fez isso porque meu querido noivo não estará aqui pelas próximas duas semanas. Tempo suficiente para eu me recuperar.— Não se esqueça, filhinha — a voz de Victoria ecoa do meio da sala, carregada de desdém e satisfação. Ela está recostada em uma poltrona de veludo, cruzando as pernas com elegância, a taça de vinho equilibrada entre os dedos. Seus olhos azuis, frio
Mikhail VolkovA raiva cresce em mim a cada risada e sorriso trocado entre Andrei e Sophie. Eu vejo claramente o que está acontecendo. Eles estão ali, no centro do salão, dançando como se fossem velhos amigos, trocando murmúrios e sorrisos cúmplices. Isso me tira do sério. Não posso deixar passar em branco.Ouço a voz do meu pai, interrompendo meus pensamentos.— Quer que eu pegue um guardanapo? — Ele pergunta com aquele sorriso de quem sabe exatamente o que está acontecendo. — Você está quase babando de raiva só porque seu irmão está dançando com Sophie.Respiro fundo, tentando controlar a raiva que só cresce.— Ele está brincando com a sorte, pai. Minha paciência não é grande coisa, e ele sabe disso. Mas resolveu testar, claro — resmungo, e meu pai me encara, rindo de forma quase zombeteira.É impossível não me sentir um idiota nessa situação. Meu irmão, lá, dançando e rindo com a minha noiva, e meu pai rindo da minha cara. A sensação de isolamento só aumenta, a irritação crescendo.