46. Prisão Invisível
Sophie Williams Volkova
Voltar a Londres é como revisitar um pesadelo.
Cada passo que dou ao descer do jatinho comprime meu peito como uma sentença. Estar aqui é dar vida aos meus fantasmas — eles ganham força com cada centímetro do chão londrino sob meus pés.
— Vamos direto para a casa dos Williams? — ouço a voz de Viktor e ergo o olhar. Ele está ao lado de Mikhail, que, assim como nos últimos dias, mantém-se fechado em seu próprio mundo.
— Sim. — seco, direto. É assim que ele tem sido desde que voltou de viagem ontem à tarde. Três dias fora. Nenhuma ligação. Nenhuma mensagem. Nenhuma explicação.
Mas eu também não procurei. Ele deixou claro que não me quer — e eu respeitei.
Sigo em silêncio até o carro. Viktor me observa, mas Mikhail não me dirige um olhar sequer. Simplesmente entra e fecha a porta. Dou a volta e me acomodo do outro lado.
Sinto o estômago revirar — o silêncio sempre foi a forma mais cruel de castigo que já conheci.
Victoria e James usavam o silêncio como punição. Ant