4. Equilíbrio
Caminhamos pelo jardim, e aos poucos, uma conversa se inicia — talvez uma forma de nos conhecermos melhor, ou ao menos, tentarmos.— O que gosta de fazer, senhor Volkov? — ela pergunta, com a voz baixa, mas curiosa.“Senhor Volkov.” Soa formal demais vindo dela. Mas talvez seja só a forma que encontrou de manter alguma distância.Observo o rosto dela enquanto formulo uma resposta. — Gosto de lutas. Também gosto de viajar, mas, para mim, voltar para casa é sempre a melhor parte. Com a vida que levo, isso é o mais próximo de normalidade que consigo: viagens, negócios, empresas... e a outra parte, que você provavelmente já conhece. — Digo, sem pressa, sabendo que suas reações vão me dizer mais do que suas palavras. Ela não demonstra surpresa, mas a tensão que emana de seu corpo é palpável. Não é algo que me incomode, já esperava essa reação. — Imagino que ainda esteja se acostumando com essa realidade. — Comento, de forma objetiva. — Sim. — Ela responde, simples, sem querer se aprofun
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