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Capítulo 8 - Sangue Antigo

O ataque veio pela manhã. O primeiro aviso, era o silêncio. Nenhum passarinho cantava, nem um galho se mexia. O vento, que antes sussurrava segredos nas folhas, agora estava completamente quieto. Lucas sentiu, antes mesmo de ver. Os pelos em seus braços se eriçaram, seus sentidos apurados, captando algo antigo — e hostil que ali estava. — Estão perto — ele sussurrou, com olhos brilhando dourado, os músculos duros como cordas prontas para arrebentar. Elena já tinha se levantado. Não sabia o que faria se algo atacasse, mas não pretendia correr. Sentia uma energia diferente vibrando em seu peito desde o sonho da noite passada, como se uma fonte de poder silenciosa estivesse acordando lentamente, dentro dela. Foi qaundo eles apareceram. Três deles, saindo da névoa, como sombras vivas. Altos, pele cinzenta, olhos vermelhos ardentes, dentes mostrando um sorriso cruel. Seus membros grandes e fora de proporção se moviam com fluidez de animal, e garras brilhavam num brilho escuro — como se banhadas em algo venenoso. Lucas foi o primeiro a atacar, se transformando parcialmente em poucos segundos. Os músculos esticaram, os ossos rangiam e a pele adquiriu um cinza sombrio, apesar disso, seus olhos persistiam conscientes. Que dança cruel aquela: garras colidindo, uivos furiosos e golpes precisos. Cada ato dele era metódico, feroz, contudo singular — ele continuava sendo homem por baixo da aparência bestial. Elena permaneceu protegida, observando atenta, até que um dos lobisomens separou-se dos demais e avançou em sua direção. O impulso berrava por fuga, contudo algo mais profundo despertou nela — algo semelhante ao apelo do círculo de pedra. Ela levantou as mãos por instinto e, quando o monstro estava a pouquíssimos metros, um brilho azul surgiu de seus dedos. A besta foi impulsionada para trás, como se tivesse se chocado contra uma parede invisível. A luz se desvaneceu lentamente, mas deixou no ar uma trilha de fumaça prateada, cheirando à lua e metal. Lucas utilizou a confusão para acabar com os dois inimigos restantes. Quando o terceiro se ergueu, trêmulo, ele o abateu com um golpe certeiro na nuca. — Você... botou uma barreira — falou ele, respirando fundo, fitando Elena como se fosse a primeira vez. Lentamente, ela chegou perto, ainda em choque. — Eu... não tinha ideia de que podia fazer aquilo. Só senti. E aconteceu. Lucas ajoelhou-se perto da criatura caída. Abriu a camisa rasgada da fera revelando um símbolo queimado no peito o mesmo espiral do círculo, mas distorcido, todo corrompido por traços vermelhos e pretos. Uma imitação, perversa. — Estão a tentar invocar os poderes antigos — declarou, sério. — Usando sangue amaldiçoado para profanar o símbolo da Lua. Elena olhou para o peito do inimigo, e uma coisa dentro dela queimou. Dor, raiva, tristeza. Um turbilhão de emoções ancestrais tomou sua mente, como se recordações que não eram dela invadissem seu coração. Viu imagens rapidas — uma criança com olhos dourados, uma aldeia destruída, uma mulher com mãos cheias de sangue implorando à Lua por piedade. Ela cambaleou para trás. — Sangue antigo — sussurrou. — Não tão somente romper o véu, estão a tentar tomar o lugar da Guardiã. Lucas ergueu-se, rosto sério. — Precisamos alcançar o segundo altar antes que eles. Antes que essa batalha vire um massacre, interminável. Juntos, na luz fraca da manhã, o ar cheirando a cinzas, iniciaram a jornada. Agora eles sabiam: não era apenas uma luta de unhas e presas. Era uma guerra de famílias. De futuros traçados. De sangue velho.

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