O amanhecer trouxe uma luz pálida, quase tímida, que mal penetrava a espessura da floresta dos Espinhos. Elena acordou antes dos outros, os olhos fixos na muralha viva que os cercava. Durante a noite, sonhara com vozes entrelaçadas sussurrando dentro da terra. Vozes que a chamavam por um nome que não era o seu.
Lysara já os aguardava diante do altar de pedra, envolta em seu manto, olhos dourados fitando o horizonte como se lesse o tempo.
— O Santuário não se abre a qualquer um — disse ela, sem virar-se. — Apenas àqueles cujas decisões feriram o mundo... ou o salvaram.
Elena se aproximou, ainda sentindo o peso das palavras do dia anterior.
— Então por que nós?
— Porque o que vocês carregam não é apenas poder — respondeu Lysara, finalmente olhando para ela. — É uma rachadura. Uma linha fina entre criação e destruição. Cada um de vocês foi escolhido porque, em algum momento, fez algo que ecoa até hoje. O Santuário… apenas amplifica isso.
Aedan juntou-se às duas, silencioso, mas alerta. M