A neve caía espessa, como um véu branco sobre um mundo que parecia ter esquecido o calor. A cada passo, os quatro viajantes afundavam mais fundo em um silêncio espesso, pesado, que não vinha apenas da ausência de sons, mas de algo mais profundo — um esquecimento imposto, uma negação ancestral.
Elena sentia o peso do local como um tambor batendo dentro de seu peito. O ar ali não era apenas frio. Era denso de lembranças que não pertenciam a ela, mas que se aglomeravam à sua volta, murmurando segredos em línguas esquecidas. A estrutura adiante, erguida com ossos cristalizados e gelo milenar, chamava por ela.
— Vamos entrar — disse, com a voz firme, embora seus dedos estivessem trêmulos.
Aedan se aproximou, colocando-se ao seu lado. — Eu irei na frente. Se houver armadilhas ou feitiços, deixem que eu os enfrente primeiro.
— Não são feitiços — disse Kaela, baixinho. — É mais antigo do que isso. Este lugar não repele intrusos com magia. Ele os afasta com lembranças. Com ecos do que eles tem