O Primeiro Sangue permanecia diante deles, imponente, como uma sombra viva moldada em carne. Os olhos que outrora dormiam agora observavam o presente com a intensidade de quem vê através dos véus do tempo. Ele não falou de imediato. Limitou-se a caminhar em silêncio pela câmara, como se tocasse as memórias enterradas nas pedras.
Aedan se manteve ao lado de Elena, pronto para protegê-la. Embora o ser à sua frente não demonstrasse hostilidade, sua presença era tão poderosa que tornava difícil respirar.
— Você nos conhece? — perguntou Elena, com firmeza.
O Primeiro Sangue virou-se, encarando-a.
— Conheço o que vocês representam. Você, Elena, é a síntese de todos os pactos e quebras. Sua alma carrega a luz dos antigos selos e a sombra do reflexo. E você, Aedan... o último lobo do leste, moldado pelo instinto, temperado pelo amor. Ambos são necessários. E ainda assim... insuficientes.
Kaela se adiantou. — O selo foi restaurado, mas algo escapou. Fragmentos da escuridão anterior estão se mo