A paz conquistada na câmara de luar parecia absoluta. Mas a verdadeira quietude, como bem sabia Elena, raramente era duradoura. Nos dias que se seguiram ao ritual, os ventos mudaram. Um frio cortante desceu das montanhas ao norte, silencioso e persistente, como se algo estivesse observando o mundo acordar para uma nova era.
Aedan montava guarda à beira da floresta, onde as sombras se entrelaçavam com o gelo recente. Seus instintos estavam em alerta constante desde a noite do selo. Embora Elena parecesse mais forte — quase intocável — ele não conseguia ignorar o sentimento de que algo ainda os espreitava. Algo que não fora selado.
— Você sente também, não é? — disse uma voz atrás dele.
Era Kaela. Ela usava um manto espesso de lã cinzenta, os cabelos presos em tranças simples, os olhos carregados de uma sabedoria inquieta.
— Como se algo tivesse passado pelo véu… sem ser notado — respondeu Aedan.
Ela assentiu, os olhos fixos no horizonte.
— O selo foi completado. Mas não destruímos os e