A noite caiu pesada sobre o refúgio, mas o sono era impossível. Aedan sentia as marcas em seus braços queimarem como se a própria lua as tivesse entalhado a fogo. As três linhas prateadas pulsavam, e a sensação era de que algo dentro dele se agitava, impaciente. Quando o primeiro lobo ancestral apareceu em seus sonhos — olhos cegos e dentes de sombra —, Aedan soube: o Julgamento da Alma havia começado.
Não havia tempo para preparar o corpo. A prova era da mente, da essência. Era um mergulho nas raízes da própria alma, onde verdades esquecidas e feridas ocultas esperavam como predadores silenciosos. Mirelle conduziu o ritual em silêncio, no santuário de pedra erguido há milênios, enquanto Kaela e Elena observavam em tensão.
— Você irá atravessar o Véu Interno — disse Mirelle, traçando runas com fumaça sobre o peito de Aedan. — Encontrará fragmentos de memórias que não são suas… mas que vivem em você. Sua tarefa é distinguir o que é eco e o que é verdade. O que é legado… e o que é maldi