Ao deixarem a câmara do Coração do Véu, o mundo lá fora parecia ter mudado. O ar estava mais denso, a luz do sol filtrava-se pelas nuvens como lâminas opacas. A floresta, antes silenciosa, agora murmurava em tom tenso — como se cada folha soubesse que algo antigo havia despertado. Mirelle seguia à frente, guiando Aedan, Elena e Kaela com passos firmes por entre as árvores retorcidas.
— Acordaram mais do que queriam — ela disse, sem olhar para trás. — O templo não apenas mostrou a verdade… ele a libertou.
— O que exatamente foi libertado? — perguntou Kaela, cautelosa.
— Fragmentos da essência de Lythar. Fragmentos que estavam presos no templo há séculos. Eles se espalharam. E os Filhos da Ruína vão senti-los.
Aedan sentia seu corpo mais leve, mas sua alma pesava como pedra. As visões não haviam parado. Desde que saíra do templo, via lampejos de rostos que não conhecia, paisagens que jamais pisara, e batalhas que pareciam lembranças suas — mas não eram. Era como se pedaços de Lythar est