O céu amanheceu tingido de vermelho, como se a própria lua tivesse chorado durante a noite. As nuvens pesadas cobriam as montanhas e a névoa envolvia o refúgio como um presságio. Aedan já sabia: o segundo Julgamento havia começado.
Ao contrário do primeiro, não houve preparação. Mirelle apenas se aproximou dele durante o desjejum e disse em voz baixa:
— O Sangue te chamará ao cair do sol. E ele não terá piedade.
Aedan sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Não perguntou o que esperava — já havia aprendido que cada provação era única, moldada pelas suas dores mais profundas. E essa, sentia, seria a mais íntima de todas.
Ao entardecer, as marcas em seus braços brilharam com força. Uma luz escarlate emergiu de sua pele e envolveu seu corpo, puxando-o para um espaço além da realidade. Aedan cambaleou, sentindo o mundo se diluir, até cair de joelhos num campo escuro, silencioso, onde a lua cheia iluminava tudo com um brilho doentio.
Estava sozinho.
Ou quase.
Passos ecoaram às suas cost