A brisa noturna invadia o quarto de hóspedes, onde Valentina agora dormia sozinha.
Ou tentava.
Desde que saíra da sala de reuniões, sua mente não lhe dera descanso. A discussão com Dante ecoava em sua cabeça como um trovão surdo. Cada palavra. Cada olhar. Cada tensão não consumada.
Mas ela não ia mais ceder.
Não para o orgulho dele. Não para o jogo dele.
No dia seguinte, Valentina chegou cedo à empresa. Antes mesmo que o café estivesse quente. Usava um vestido branco justo, que contrastava com sua expressão decidida e sóbria.
Na sala do antigo diretor jurídico — agora afastado sob “licença” forçada — ela encontrou quem procurava.
— Pronto para se redimir, doutor Maurício?
O homem ergueu os olhos, nervoso.
— Valentina… o que você está fazendo aqui? Eu não posso...
— Pode. E vai. — Ela se sentou diante dele, firme. — Você deixou Dante intimidá-lo, mas eu sei que há brechas no testamento. Eu