POV: Clarice.
O silêncio que me envolvia não era o da morte.
Era o da eternidade.
Eu caminhava sobre um campo coberto de névoa prateada, envolta por um céu estrelado sem fim. As estrelas sussurravam canções que minha mente mal compreendia, mas que meu coração reconhecia. A brisa era suave e úmida, trazendo o aroma de flores que eu nunca vira antes. Tudo era belo... demais. E surreal.
E então ela apareceu.
A Deusa da Lua, envolta em véus prateados, com olhos de eternidade e voz que parecia ecoar dentro do meu peito.
— Clarice — ela disse com doçura. — Você suportou o que nenhuma filha minha deveria suportar. E mesmo assim, não desistiu. Seu grito silencioso chegou até mim. E eu ouvi.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
— Então... eu morri?
Selene sorriu com compaixão.
— Não. Mas esteve à beira. Entre o fim e o recomeço. E por isso, vim até você.
Ao seu lado, uma presença emergiu da neblina. Era uma loba.
Não uma loba comum.
Ela era prateada como o luar, seus pêlos brilhavam com a inten