O silêncio que se seguiu ao fechamento da cratera era quase sagrado.
Não o tipo de silêncio calmo que precede a paz. Mas o silêncio abafado que paira sobre um campo de batalha onde algo antigo foi ferido… mas não morto.
Clarice caminhava lentamente, apoiada no braço de Ares. A espada de Arkhadia ainda vibrava, como se as runas nela não aceitassem repouso. Atrás deles, os cinco guerreiros restantes mantinham formação cerrada, mas os olhos atentos denunciavam o medo contido.
Eles sabiam.
O que tinham enfrentado ali não era o fim. Era um sinal.
Ao retornarem à base avançada próxima à fronteira da encosta, a névoa finalmente começou a se dissipar. Lanternas rúnicas iluminavam o acampamento entre as árvores. Nara veio ao encontro deles com o cenho franzido, o arco às costas e os olhos faiscando com preocupação.
— Vocês selaram... mas a terra ainda pulsa. — ela disse, num sussurro grave.
Clarice assentiu, soltando um longo suspiro.
— Porque não era só um portal. Era uma ponte entre tempos.