O céu, antes dourado por hábito, vestia tons acinzentados como se o mundo hesitasse em acordar.
Clarice estava em pé antes mesmo que o primeiro lobo uivasse. Sua armadura de couro negro, marcada com runas prateadas, já cobria o corpo. A capa esvoaçava atrás dos ombros como se a própria Lyanna sussurrasse força às suas costas.
Ares apareceu logo depois, ajustando as manoplas enquanto se aproximava em passos firmes. Seus olhos encontraram os dela em silêncio. Não era preciso dizer nada.
Eles sabiam.
Kaelen e Nara já estavam com seus grupos prontos — jovens e adultos, todos posicionados em formação nos arredores do acampamento. As crianças haviam sido evacuadas durante a madrugada com proteção redobrada. As mães e curandeiros permaneciam na retaguarda, com Idran protegendo o último círculo rúnico.
— A vila ancestral está a dois vales daqui. — Kaelen informou, com o olhar atento ao mapa nas mãos. — Mas a trilha principal já está corrompida. Precisaremos atravessar pelo Cânion dos Ecos.
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