A floresta adensava-se à medida que a trilha se tornava mais estreita e silenciosa. As árvores pareciam se curvar sobre si mesmas, formando arcos retorcidos como se quisessem esconder algo — ou proteger alguém. A luz do dia não passava mais pelas copas: tudo era penumbra vermelha, como se o céu estivesse sangrando.
Clarice sentia a vibração do chão sob suas botas. Não era um tremor comum — era um pulso. Um chamado. O selo antigo estava começando a romper.
Ao seu lado, Ares caminhava com a postura tensa, os olhos sempre atentos aos arredores. O grupo mantinha a formação, mas cada passo parecia pesar mais que o anterior. Era como se a própria trilha os testasse. O silêncio era opressor, e os sons da floresta — aves, insetos, folhas — haviam desaparecido.
Clarice... Lyanna murmurou dentro dela, essa não é apenas a cratera. Este é o limiar. O ponto onde o véu entre mundos começa a se romper.
Entre o que é... e o que foi esquecido. Clarice respondeu, os olhos prateados piscando com um bril