Helena continuou andando, enquanto o anoitecer começava a dificultar sua visão entre as árvores. A chuva fina já havia encharcado seu rosto e vestido, intensificando o frio que sentia. Seus pés provavelmente estavam cortados, pois a dor também já se fazia presente neles.
Mesmo com tudo contribuindo para que ela desistisse, Helena se manteve firme — não estava disposta a voltar para o cativeiro. Por diversas vezes, olhou para trás, temendo que aqueles homens estivessem em sua perseguição. Não sabia em que estado eles estavam, mas depois do que haviam feito com ela, aquilo era o que menos importava.
Helena sabia que a mulher que foi um dia tinha ficado naquela cabana — morta, como eles queriam que ela estivesse. A mulher que saiu por aquela porta carregava o mesmo corpo, mas já não possuía a mesma alma.
Enquanto seguia, perdida em seus próprios pensamentos, foi surpreendida por um dos sequestradores.
— Vagabunda! — gritou ele, agarrando o pescoço de Helena. — Eu ia te matar rápido, para