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Cap 05: Enganando o Mestre

— Foi horrível, professor, foi horrível — digo, com a voz embargada, segurando o braço dele como se minha vida dependesse disso.

— O que foi horrível? Me conte, estou preocupado — ele pergunta, envolvendo-me em seus braços. Eu me agarro a ele, sentindo a tensão em seus movimentos, enquanto um sorriso inevitável começa a se formar em meus lábios.

— Me leve daqui, e aí conversamos em outro lugar. Por favor, quero ir para longe desse povoado, professor — digo, afastando-me um pouco e tentando parecer uma mocinha indefesa.

— Vem, vamos para minha casa — ele diz, e por dentro eu quase pulo de alegria. Como um bom cavalheiro, ele abre a porta do carro. Com os ombros retraídos, entro e me acomodo no banco.

Quando o professor entra no carro, me encolho no assento. Meu coração quase salta pela boca ao ouvir a voz de Diego gritar meu nome.

— Estella! Estella! — ele grita, a voz carregada de desespero.

Minha respiração acelera, e lanço um olhar suplicante ao professor, que me encara com os olhos cheios de dúvida.

— Vamos sair daqui, por favor — imploro, segurando seu braço com força. Pelo retrovisor, vejo Diego se aproximando rapidamente. Meu coração aperta. — Por favor, ligue o carro!

— O que está acontecendo, Estella? Foi ele que te assustou desse jeito? — o professor pergunta, o olhar preocupado alternando entre mim e o homem que corre na nossa direção.

Engulo em seco e confirmo com um aceno de cabeça.

— Sim, foi ele. Mas por favor, vamos sair daqui. Depois eu explico tudo.

Sem hesitar, ele dá partida. O carro começa a se mover, e vejo Diego correndo atrás de nós. Isso me quebra. Lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto enquanto eu desabo em um choro tão sincero quanto o que chorei quando minha mãe morreu.

— Hei, calma, ninguém vai te machucar. Você está segura agora — diz ele, tocando de leve em minha perna.

Olho pelo retrovisor e vejo Diego parado, com as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego. O alívio momentâneo que sinto é logo substituído por um sorriso interno. Ele não sabe, mas acabou contribuindo para o meu plano.

— Obrigada, professor. Não sei o que seria da minha vida sem você — murmuro, colocando minha mão sobre a dele, que ainda repousa em minha perna.

Ele me oferece um sorriso tranquilo, quase paternal, e é evidente que acredita em cada palavra minha. Parte do plano já está funcionando.

— Não precisa agradecer. Sempre farei o que estiver ao meu alcance para cuidar de você — ele responde, e retribuo com um sorriso tímido e agradecido.

Quando chegamos ao condomínio onde ele morava, precisei conter minha empolgação ao ver as casas luxuosas que cercavam o lugar. Era como um vislumbre de tudo o que sempre sonhei.

— Chegamos — ele anuncia, estacionando em frente à casa.

Minha respiração quase falha ao olhar para a construção. Era linda, perfeita. Nem acredito que vou passar os próximos dias aqui.

O professor desliga o carro e, como um verdadeiro cavalheiro, sai para abrir a porta para mim. Segura minha mão, ajudando-me a sair. Assim que coloco os pés no chão, abraço-o.

— Mais uma vez, obrigada. Fico até com vergonha de te dar esse trabalhão, mas realmente não tenho ninguém por mim — murmuro, afastando-me apenas o suficiente para encará-lo com um olhar triste.

— Já falei que não precisa agradecer. Para mim, é uma honra que confie tanto em mim — ele diz, tocando suavemente meu rosto. Fecho os olhos brevemente, fingindo gostar do toque enquanto componho minha expressão de fragilidade.

Entramos na casa, e mal consigo esconder meu deslumbramento. A sala principal é maior do que todo o lugar onde eu morava. O enorme sofá branco parece convidativo, o piso de porcelanato brilha como um espelho, e as paredes em tons de cinza dão um toque sofisticado ao ambiente. Cada detalhe é de um gosto impecável.

— Sua casa é linda. Você tem um gosto muito refinado e elegante — elogio, com a voz baixa, como se estivesse intimidada pelo luxo.

— Obrigado! Quero que se sinta em casa. Ficaria muito feliz e mais tranquilo se aceitasse ficar aqui comigo — ele diz, os olhos fixos nos meus, cheios de sinceridade.

— Sim, aceito. Não tenho para onde ir. Minhas economias foram roubadas — digo, compondo um semblante triste, quase quebrada.

— Não se preocupe com nada. Vou cuidar de você — ele garante, me envolvendo novamente em um abraço reconfortante.

Enquanto ele me segura, um sorriso discreto escapa por dentro. Tudo está indo exatamente como eu planejei.

— Vem, vou te mostrar seu quarto — ele diz, segurando minha mão com firmeza e me guiando até a grande escada, que adiciona ainda mais imponência à casa.

Ao subir, percebo que o andar de cima é tão impressionante quanto o térreo. Há mais duas salas antes de um longo corredor, com quartos dispostos um de frente para o outro.

— Esse aqui é o seu quarto — ele diz, abrindo a porta com um gesto elegante. — O meu fica bem aqui, de frente — completa, apontando para o quarto oposto. Um pequeno sorriso brota no canto dos meus lábios. Isso é mais do que perfeito.

O quarto segue o padrão de toda a casa, com tons neutros de cinza e branco. A cama enorme, cercada por uma decoração minimalista, parece convidativa. Tudo exala sofisticação e conforto.

— Fique à vontade. Vou pedir à empregada para preparar seu café — ele diz, já se virando para sair.

Antes que ele consiga, seguro seu braço, forçando um toque de hesitação em meus olhos.

— Você é um anjo — murmuro, deixando a voz carregada de gratidão.

Ele sorri, um sorriso genuíno e carinhoso.

— Você que é um anjo. Um lindo anjo — responde, aproximando-se para deixar um beijo suave em minha bochecha.

Quando finalmente ele sai, fecho a porta e comemoro silenciosamente. Jogo-me na cama maravilhosa, deixando-me afundar nos lençóis finos que deslizam pela minha pele como seda.

— Consegui, consegui! — murmuro para mim mesma, quase sem conter a empolgação. — Estella Louis, você merece tudo isso e muito mais!

Pego meu celular na bolsa e vejo inúmeras mensagens e ligações de Diego. Meu coração aperta, mas não hesito. Imediatamente retorno a ligação, e ele atende no primeiro toque.

— Estella! Onde você está? — O desespero em sua voz é palpável, quase um grito.

— Estou bem, Diego, não precisa mais se preocupar comigo. Mas e você, como está? — pergunto, tentando parecer serena, mesmo com a tensão pulsando no ar.

— Destruído. Por que está fazendo isso? Pensei que você fosse desistir, ir embora. E quem é esse homem que te levou embora? — questiona, sem esconder a angústia.

— Me perdoa… e nunca se esqueça de que eu te amo — digo, minha voz suave, mas firme.

— Você não respondeu às minhas perguntas — ele retruca, sua frustração evidente.

Fecho os olhos e respiro fundo antes de responder:

— Não posso responder, Diego. Mas entenda que, mesmo que minhas atitudes pareçam o oposto do que digo, você precisa saber que realmente te amo. E, para mim, está sendo um sacrifício imenso abdicar do nosso amor.

Minha voz quase falha ao final da frase, enquanto um nó se forma em minha garganta. Por mais que tenha tudo planejado, lidar com as emoções dele ainda é a parte mais difícil.

— Por favor, não vá embora, Estella. Fica comigo — a voz de Diego treme, carregada de desespero.

— Já tomei minha decisão, Diego. Não vou voltar atrás — digo, tentando manter a firmeza na voz. — Mas prometo, assim que conquistar tudo, eu volto para você.

O silêncio do outro lado da linha é cortante. Consigo ouvir sua respiração pesada antes que ele finalmente fale:

— Se essa é a sua decisão... então é melhor acabarmos por aqui.

A linha fica muda. Ele desligou na minha cara.

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