Paloma ficou paralisada diante das palavras dele.
Casamento.
A boca se abriu, mas o som demorou a sair. O coração disparava entre a alegria súbita e uma sombra de desconfiança. Casamento era tudo o que ela, em silêncio, sonhara. Mas por que agora?
Ela umedeceu os lábios, a voz baixa, incerta:
— Casamento…? — repetiu, como se testasse a palavra no ar. — Você não queria isso. Por que mudou de ideia agora?
César deixou escapar um riso curto, sem humor, sarcástico. O olhar dele cintilava, frio.
— Porque, pelo visto, suas artimanhas deram certo desta vez.
Paloma franziu o cenho, atônita.
— Do que você está falando?
Ele cruzou os braços, estudando cada reação dela.
— A sua tia. — A voz saiu carregada de ironia. — Sim, Paloma, aquela senhora doce, que mal ergue a voz para alguém. Pois bem… ela foi até a minha casa. Na frente da minha mãe. — Ele estreitou os olhos. — E me acusou de coisas terríveis.
O estômago de Paloma se revirou.
— Minha tia…? — murmurou, incrédula.
— Exatamente. — César av