Ela estava furiosa. Indignada com ele, por ser casado e ainda ter tido a audácia de tentar beijá-la, e indignada consigo mesma por, por um instante, quase ter cedido.
Não era esse tipo de mulher. Não seria.
— Paloma, onde pensa…
Ele a alcançou em poucos passos.
No momento em que ela se virou para abrir a porta do carro, sentiu o puxão brusco.
O som do tecido se rasgando foi tão seco e violento que pareceu o estampido de um tiro.
O silêncio que se seguiu foi sufocante.
Paloma o encarou, horrorizada, o sangue fervendo nas veias. Agarrou com força os pedaços da blusa, tentando cobrir o sutiã transparente que ele havia exposto.
— Como ousa! — cuspiu as palavras, mais como um ataque do que como uma pergunta.
— Eu não sabia que você…
— Você acha que pode tudo? Eu odeio você!
— Me escuta.
Mas Paloma não quis ouvir mais nada. Escancarou a porta do carro, entrou e bateu-a com tanta força que o som ecoou pelo pátio. Arrancou em seguida, o motor rugindo como se compartilhasse sua raiva. Pelo ret