SOMBRAS DA LIBERDADE

SOMBRAS DA LIBERDADE PT

Romance
Última actualización: 2025-11-01
Sophie Castellan  En proceso
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Resumen
Índice

Ela o libertou. Ele quase a matou. Mas o destino não termina onde o ódio começa. Aria nunca deveria ter entrado naquela cela. Como cientista do Genesis Core, ela passou anos sendo cúmplice silenciosa de experimentos que transformaram humanos e animais em armas vivas — híbridos criados para obedecer, lutar e morrer sem questionar. Ela viu horrores. Testemunhou torturas. E sempre desviou o olhar. Até descobrir o Projeto Eclipse. Uma fórmula que apaga a mente dos híbridos, transformando-os em soldados sem alma, sem vontade, sem nada além de obediência cega. E quando Aria percebe que o Genesis Core está prestes a completar esse projeto, ela entende: se não fizer nada agora, será responsável por um genocídio. Então ela rouba uma chave. Sabota os sistemas. E entra sozinha no nível de contenção máxima. Lá, ela encontra Kael. Um híbrido criado a partir do DNA de um tigre siberiano e de um soldado de elite. Dois metros de fúria contida, músculos marcados por cicatrizes, e olhos âmbar que queimam com anos de ódio. Ele nunca se dobrou. Nunca quebrou. E quando Aria abre sua cela, ele não vê uma salvadora. Vê uma inimiga. Ele a ataca. Quase a mata. E só para quando outra híbrida — Lira, uma das poucas que Aria ajudou em segredo — grita que ela é diferente. Kael a solta. Mas não confia. E deixa claro: uma chance. Apenas uma. Juntos, eles lideram uma fuga brutal do Genesis Core. Dezenas de híbridos libertados. Drones caindo. Caçadores em perseguição. E no meio do caos, alguém morre — um híbrido que Aria conhecia, que ela jurou salvar. A culpa a devora. Mas não há tempo para luto. Eles chegam a Haven — um refúgio escondido na floresta, criado por híbridos fugitivos. Um lugar onde liberdade é possível.

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Capítulo 1

CAPÍTULO 1- A CHAVE E O RUGIDO

A cela cheirava a ferro e desespero.

Aria conhecia aquele cheiro. Tinha andado por corredores como aquele durante anos, os passos ecoando contra paredes de aço, os olhos desviando dos rostos atrás das grades. Tinha aprendido a não olhar. A não perguntar. A não sentir.

Mas agora, com a chave antiga pesando em sua mão como uma sentença, ela não podia mais fingir.

O corredor do nível de contenção máxima era estreito, as luzes piscando em um ritmo errático que fazia sombras dançarem nas paredes. O som dos alarmes ainda não tinha começado — ela tinha quinze minutos, talvez menos, antes que o sistema percebesse que os códigos de acesso tinham sido adulterados. Quinze minutos para fazer algo que provavelmente a mataria.

Ela parou diante da cela no final do corredor.

Sujeito 7-Alpha. Kael.

O nome estava gravado em uma placa metálica ao lado da porta, mas Aria não precisava ler. Ela sabia quem estava ali dentro. Tinha visto o arquivo. Tinha lido os relatórios dos experimentos, as anotações clínicas frias que descreviam cada teste, cada injeção, cada vez que ele tinha resistido quando deveria ter quebrado.

Híbrido felino. DNA de tigre siberiano. Força sobre-humana. Reflexos letais. Nunca se dobrou.

E agora ela ia libertá-lo.

A mão dela tremeu quando inseriu a chave na fechadura antiga — uma relíquia que ela tinha roubado do arquivo morto, onde ainda guardavam travas mecânicas para emergências. O Genesis Core confiava demais em tecnologia. Ninguém esperava que alguém usasse metal contra metal.

O clique da fechadura ecoou como um tiro.

Aria empurrou a porta. O metal rangeu, pesado, revelando a escuridão da cela. O cheiro ficou mais forte — suor, sangue seco, algo selvagem que fez o instinto dela gritar para correr.

Mas ela entrou.

A luz fraca do corredor mal alcançava o interior. Ela viu a silhueta primeiro — imensa, imóvel, sentada no chão com as costas contra a parede. Correntes pesadas prendiam os pulsos a argolas no chão, o metal cortando a pele onde tinha friccionado por anos.

Então ele se moveu.

Foi só uma inclinação de cabeça, mas Aria sentiu o ar mudar. Sentiu o peso de um olhar que ela não podia ver ainda, mas que já estava dissecando cada parte dela.

— Você não deveria estar aqui. — A voz era grave, rouca, como se tivesse tempo demais desde a última vez que ele falou. Cada palavra arrastada, mas carregada de algo perigoso.

Aria engoliu seco, forçando as pernas a não recuarem.

— Eu sei. — Sua voz saiu mais firme do que ela esperava. — Mas estou.

Ele se levantou.

Foi um movimento fluido, impossível para alguém acorrentado. Mas ele se ergueu como se o metal não pesasse nada, como se as correntes fossem apenas sugestões. A luz finalmente alcançou seu rosto, e Aria parou de respirar.

Ele era... imenso. Mais de dois metros de pura massa muscular, os ombros largos bloqueando a luz. A pele bronzeada era uma tela de cicatrizes — algumas finas, outras grossas como cordas, cruzando o peito nu, os braços, o abdômen definido. Os cabelos escuros caíam desgrenhados sobre a testa, e o maxilar era duro como pedra.

Mas foram os olhos que a prenderam.

Âmbar. Brilhando como brasas em meio à escuridão. Olhos de predador. Olhos que tinham visto coisas que nenhum ser vivo deveria ver — e sobrevivido.

E agora esses olhos estavam fixos nela.

— Quem é você? — Ele deu um passo à frente, as correntes tilintando. — Outra cientista? Veio me dar mais uma injeção? Mais um teste?

— Não. — Aria ergueu as mãos, mostrando a chave. — Vim tirar você daqui.

Ele parou. Por um segundo, algo passou pelo rosto dele — surpresa, talvez. Ou descrença. Então desapareceu, substituído por algo frio e mortal.

— Mentira.

— Não é mentira. — Ela deu um passo à frente, o coração batendo tão forte que ele provavelmente podia ouvir. — Eu trabalhava aqui. Eu... eu sei o que eles fazem com vocês. E eu não posso mais ficar parada.

— Você trabalhava aqui. — Ele cuspiu a palavra como veneno. — Então você é cúmplice. Você viu. Você sabia. E não fez nada.

A culpa cortou mais fundo do que qualquer lâmina.

— Eu sei. — Aria forçou-se a segurar o olhar dele, mesmo que cada instinto gritasse para desviar. — Eu sei o que sou. Mas agora estou fazendo algo. Deixe-me soltar essas correntes.

Ele riu. Foi um som baixo, sem humor, que fez os pelos da nuca dela se arrepiarem.

— E por que eu acreditaria em você?

— Porque você não tem escolha. — As palavras saíram antes que ela pudesse censurá-las, cruas e honestas. — Ou me deixa tentar, ou fica aqui até que eles venham com algo pior do que correntes.

Kael a encarou. Segundos se arrastaram, pesados como chumbo. Aria viu o músculo do maxilar dele contrair, a respiração lenta mas controlada, como se ele estivesse decidindo entre acreditar ou destruir.

Então ele estendeu os pulsos.

— Tente. Mas se isso for uma armadilha, você não vai viver para se arrepender.

Aria concordou, as mãos tremendo enquanto se ajoelhava diante dele. As correntes eram grossas, os cadeados antigos mas sólidos. Ela encaixou a chave no primeiro, girando com força até ouvir o clique libertador.

O metal caiu com um estrondo.

Kael flexionou o pulso livre, a pele marcada por sulcos profundos onde o ferro tinha mordido. Ele não fez som, mas Aria viu a tensão em cada linha do corpo dele.

Ela passou para o segundo cadeado.

— Por que você está fazendo isso? — A voz dele estava mais próxima agora, baixa, quase um sussurro. — O que você ganha?

— Nada. — Aria girou a chave. Outro clique. — Absolutamente nada.

— Então você é idiota.

Ela ergueu os olhos, encontrando o olhar âmbar dele a centímetros de distância.

— Talvez. Mas prefiro ser idiota do que covarde.

Algo lampejou nos olhos dele. Não era confiança. Não era gratidão. Mas era... reconhecimento. Como se, pela primeira vez, ele visse algo além de uma humana.

As correntes caíram.

Kael se levantou, livre, e Aria percebeu tarde demais o erro que tinha cometido.

Porque ela estava ajoelhada. Vulnerável. E ele era uma fera que tinha passado anos esperando por um momento de liberdade.

Ele se moveu rápido demais para ela reagir.

As mãos dele — enormes, calejadas, ainda marcadas pelo metal — fecharam ao redor do pescoço dela. Não apertando, ainda não, mas com força suficiente para roubar o ar. Ele a ergueu como se ela não pesasse nada, os pés dela saindo do chão enquanto ele a prensava contra a parede fria da cela.

Aria tentou gritar, mas não saiu som. O mundo começou a escurecer nas bordas, o rosto dele preenchendo toda a sua visão. Os olhos âmbar queimavam, não com raiva, mas com algo pior.

Desconfiança.

— Você acha que eu sou estúpido? — A voz dele era um rosnado agora, vibrando contra a pele dela. — Acha que uma humana sozinha vem aqui, me liberta, e eu simplesmente... confio?

Aria agarrou os pulsos dele, tentando afrouxar o aperto, mas era como tentar mover pedra. Ela abriu a boca, forçando palavras que mal saíam como sussurro rouco.

— Eu... eu estou... tentando... ajudar...

— Mentirosa.

Os dedos apertaram mais.

O pânico inundou Aria. Ela tinha imaginado tantos cenários — ser capturada, ser baleada, ser jogada em uma cela. Mas não isso. Não morrer pelas mãos de alguém que ela estava tentando salvar.

As lágrimas queimaram em seus olhos, mas ela se recusou a deixá-las cair.

E então — uma voz. Distante. Feminina. Vinda de outra cela no corredor.

— Kael, espera!

Ele congelou.

Não soltou Aria, mas parou, a cabeça girando ligeiramente em direção ao som.

— Ela me ajudou! — A voz era firme, mesmo através do metal. — Quando ninguém estava olhando, ela me ajudou. Ela é diferente.

Aria reconheceu a voz. Lira. Sujeito 9-Beta. Híbrida felina, DNA de leopardo. Aria tinha tratado um ferimento dela três semanas atrás, escondido, quando nenhum dos outros cientistas se importou.

Kael virou a cabeça de volta para Aria, os olhos vasculhando o rosto dela como se procurasse mentiras gravadas na pele.

Os segundos se arrastaram.

Então, lentamente, ele a soltou.

Aria caiu no chão, tossindo, a garganta queimando enquanto o ar voltava aos pulmões em golfadas dolorosas. Ela levou a mão ao pescoço, sentindo onde os dedos dele tinham pressionado, onde as marcas já estavam se formando.

Kael deu um passo atrás, mas não tirou os olhos dela.

— Você tem uma chance. — Sua voz era baixa, cada palavra uma lâmina afiada. — Apenas uma. Me dê um motivo para não quebrar seu pescoço agora.

Aria ergueu o olhar, ainda tremendo, mas forçou-se a ficar de pé. As pernas bambas, a respiração irregular, mas ela não ia mostrar fraqueza. Não agora.

Ela encontrou os olhos âmbar dele — e segurou.

— Porque eu sei como sair daqui. — A voz dela estava rouca, mas firme. — Porque eu sei onde estão os outros. E porque, por mais que você me odeie... você precisa de mim.

Kael não respondeu.

Mas ele também não a matou.

E naquele silêncio pesado, carregado de desconfiança e promessas não ditas, Aria soube que tinha dado o primeiro passo.

Agora só precisava sobreviver aos próximos.

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15 chapters
CAPÍTULO 1- A CHAVE E O RUGIDO
CAPÍTULO 2 - CORRENTES INVISÍVEIS
CAPÍTULO 3 - SANGUE NO CORREDOR
CAPÍTULO 4 - O PREÇO DA LIBERDADE
CAPÍTULO 5 - NAS SOMBRAS DA FLORESTA
CAPÍTULO 6 - OS PORTÕES INVISÍVEIS
CAPÍTULO 7 - SOB VIGILÂNCIA
CAPÍTULO 8 - PROVAR O VALOR
CAPÍTULO 9 - O PRIMEIRO OLHAR
CAPÍTULO 10 - NO PRINCÍPIO ERA O VAZIO
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