Mundo ficciónIniciar sesiónEla o libertou. Ele quase a matou. Mas o destino não termina onde o ódio começa. Aria nunca deveria ter entrado naquela cela. Como cientista do Genesis Core, ela passou anos sendo cúmplice silenciosa de experimentos que transformaram humanos e animais em armas vivas — híbridos criados para obedecer, lutar e morrer sem questionar. Ela viu horrores. Testemunhou torturas. E sempre desviou o olhar. Até descobrir o Projeto Eclipse. Uma fórmula que apaga a mente dos híbridos, transformando-os em soldados sem alma, sem vontade, sem nada além de obediência cega. E quando Aria percebe que o Genesis Core está prestes a completar esse projeto, ela entende: se não fizer nada agora, será responsável por um genocídio. Então ela rouba uma chave. Sabota os sistemas. E entra sozinha no nível de contenção máxima. Lá, ela encontra Kael. Um híbrido criado a partir do DNA de um tigre siberiano e de um soldado de elite. Dois metros de fúria contida, músculos marcados por cicatrizes, e olhos âmbar que queimam com anos de ódio. Ele nunca se dobrou. Nunca quebrou. E quando Aria abre sua cela, ele não vê uma salvadora. Vê uma inimiga. Ele a ataca. Quase a mata. E só para quando outra híbrida — Lira, uma das poucas que Aria ajudou em segredo — grita que ela é diferente. Kael a solta. Mas não confia. E deixa claro: uma chance. Apenas uma. Juntos, eles lideram uma fuga brutal do Genesis Core. Dezenas de híbridos libertados. Drones caindo. Caçadores em perseguição. E no meio do caos, alguém morre — um híbrido que Aria conhecia, que ela jurou salvar. A culpa a devora. Mas não há tempo para luto. Eles chegam a Haven — um refúgio escondido na floresta, criado por híbridos fugitivos. Um lugar onde liberdade é possível.
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Aria respirou fundo, os olhos encontrando os dele antes de percorrer o círculo.— O Genesis Core é uma fortaleza. Mas toda fortaleza tem um ponto fraco. Eu trabalhei lá. Conheço os protocolos, os turnos dos guardas, as rotas de abastecimento. E sei onde eles guardam os dados do Projeto Eclipse. — Ela fez uma pausa, deixando as palavras afundarem. — Se conseguirmos destruir esses dados — ou melhor, roubá-los —, podemos entender o que eles estão criando. E talvez, talvez, encontrar um modo de pará-los.Tor deu uma risada rouca, o som ecoando na caverna.— Você está sugerindo que invadamos o lugar de onde acabamos de fugir? Isso é loucura.— É — concordou Aria, um sorriso amargo tocando seus lábios. — Mas é a única chance que temos. Porque se esperarmos, eles vêm até nós. E quando vierem, não será com três Caçadores. Será com um exército.Talon cruzou os braços, os olhos verdes fixos nela.— E como você planeja entrar em uma fortaleza que está em alerta máximo por nossa causa?Aria virou
As semanas seguintes transformaram Haven. O que era refúgio escondido começou a se tornar algo mais — fortaleza, base de operações, lar para quase setenta híbridos agora. Os três libertados se recuperaram, e com eles vieram histórias de outros postos avançados, outras instalações, outros prisioneiros esperando resgate. E Haven respondeu. Talon organizou turnos de treinamento. Grupos pequenos trabalhando em combate corpo-a-corpo, uso de armas improvisadas, estratégia de grupo. Kael liderava a maioria, com Tor e Sable auxiliando. Aria observava às vezes, durante pausas de seu próprio trabalho. Via Kael se mover entre os híbridos como água — fluido, letal, ensinando não com palavras mas com demonstração. Um golpe aqui. Uma esquiva ali. Correção de postura com toque firme mas não cruel. E quando ele olhava para ela através da clareira de treinamento, os olhos encontrando os dela por segundos roubados, algo queimava no ar entre eles. Não era mais desconfiança. Era reconhecimento. Atr
Haven acordou diferente na manhã seguinte. Havia energia no ar — não medo, mas algo próximo a esperança. Pela primeira vez, eles não eram apenas fugitivos escondidos. Eram força ativa. Tinham atacado o Genesis Core e vencido. Os três híbridos libertados estavam na enfermaria, sendo tratados por Aria e pela híbrida responsável pela caverna. Todos felinos — um com traços de guepardo, magro e nervoso; outro com DNA de pantera, quieto mas observador; o terceiro, mais jovem, com olhos de lince que brilhavam em amarelo pálido. Nenhum deles falava muito. Anos de tortura tinham roubado palavras. Mas quando olhavam para Aria, havia gratidão. E quando olhavam para Kael, Tor e os outros que os tinham resgatado, havia algo próximo a reverência. — Como estão? — Kael apareceu na entrada da caverna, o braço enfaixado mas movendo-se normalmente. Aria olhou para cima, sentindo o coração acelerar involuntariamente. — Melhores. O mais jovem ainda tem febre, mas está respondendo às ervas. Os outros
Aos dezesseis anos, Kael entendeu a diferença entre teste e tortura. Testes tinham propósito. Mediam algo. Força, velocidade, resistência. Registravam dados em pranchetas, gráficos subindo e descendo em telas. Tortura não media nada. Tortura apenas... quebrava. Ou tentava. A SALA Ela não tinha nome oficial. Guardas a chamavam de "Sala 7". Cientistas, de "Câmara de Condicionamento". Kael a chamava de inferno. Paredes acolchoadas, mas não por gentileza. Para abafar sons. Gritos não escapavam dali. Ninguém do lado de fora sabia o que acontecia dentro. Exceto quem tinha estado lá. E quem tinha estado nunca era o mesmo. — Sujeito 7-Alpha. Entre. — A voz do guarda era neutra. Mecânica. Como se ordenasse máquina, não pessoa. Kael entrou. Não por escolha. Colar de choque ao redor do pescoço garantia obediência. Uma hesitação, um passo errado, e voltagem suficiente para derrubar elefante percorria seu corpo. Ele tinha aprendido. Escolher suas batalhas. Esta não era batalha que pod
A primeira coisa que Kael lembrava era o frio. Não frio de inverno, ou de vento cortante. Frio de metal contra pele nua. Frio de lugar que nunca conheceu calor humano. Frio que entrava nos ossos e ficava, mesmo quando o corpo aquecia. Ele não sabia quantos anos tinha quando a primeira memória se formou. Talvez cinco. Talvez seis. O Genesis Core não comemorava aniversários. Apenas registrava marcos de desenvolvimento em arquivos clínicos. Sujeito 7-Alpha. Estável. Respondendo aos estímulos. Esse era ele. Não Kael. Ainda não. Apenas... 7-Alpha. A cela onde acordou pela primeira vez — ou pelo menos a primeira vez que lembrava — era pequena. Paredes brancas. Chão de concreto. Uma cama estreita com lençol fino. Nada mais. Havia uma janela. Não para fora. Para dentro. Do outro lado do vidro grosso, rostos o observavam. Homens e mulheres de jaleco branco, pranchetas nas mãos, conversando em tons clínicos que ele não entendia ainda. Mas entendia os olhares. Não eram olhares para pes
Último capítulo